Síndrome do olho seco virou epidemia. Entenda o problema
Doença ocorre quando há pouca produção de lágrima ou muita evaporação e atinge sete a cada 10 pacientes
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É comum, na correria do dia a dia, ouvirmos a expressão: “Não tive tempo nem sequer de piscar os olhos”.
Mais do que uma definição da falta de tempo, a prática pode levar à síndrome do olho seco, que ocorre quando há pouca produção de lágrima ou muita evaporação e atinge sete de cada 10 pacientes.
De acordo com a oftalmologista Klícia Molina, a síndrome atinge pessoas de todas as idades, sendo mais comum em idosos, mulheres após a menopausa, jovens e crianças expostos a telas de smatphones, tablets e computadores.
“O estilo de vida tem muito a ver. A pessoa não tem tempo de piscar, ou pisca parcialmente, o que chamamos de 'piscar em asa de borboleta', quando não há o toque da pálpebra superior na pálpebra inferior e isso interfere”.
Oftalmologista especialista em olho seco, Liliana Nóbrega explica ainda que o envelhecimento faz com que as pessoas produzam menos lágrimas. Assim como a redução hormonal, na menopausa.
“O uso de medicamentos, como alguns anti-hipertensivos, antidepressivos e ansiolíticos, também influenciam na produção da lágrima”, conta Liliana Nóbrega.
A médica observa que a síndrome de Sjogren, tratada em conjunto por reumatologista e oftalmologista, é uma doença autoimune que causa a síndrome do olho seco e deixa a boca seca.
A advogada Jeanete Thomaz Klein, 64 anos, é portadora da síndrome de Sjogren e foi diagnosticada com a síndrome do olho seco durante uma consulta oftalmológica com a médica Liliana.
Ela tem sintomas como olho seco e avermelhado, ardência, sensação de poeira nos olhos, coceira, visão embaçada e desconforto ao usar celular e computadores.
Moradora de Vitória, ela usa colírio várias vezes ao dia, e outro mais oleoso à noite. “Já fiz vários procedimentos com laser e luz pulsada. Não impede meu dia a dia, mas restringe o tempo em computadores e celulares”.
Oftalmologista, especialista em córnea, olho seco e cirurgia refrativa, Júlia Polido diz que a maquiagem velha e a extensão de cílios feita de maneira incorreta também podem interferir.
“A maquiagem pode inflamar a glândula da pálpebra e a extensão de cílios pode levar à inflamação da borda palpebral. Alguns colírios também podem ressecar os olhos, por isso, só devem ser usados com prescrição médica”, afirma.
Saiba Mais
> O que é?
- A Síndrome do olho seco é um conjunto de sinais e sintomas decorrentes da diminuição da produção de lágrimas ou da evaporação rápida das lágrimas.
> Sintomas
- Ardência, olhos vermelhos, sensação de olhos cansados, coceira, embaçamento transitório da visão, sensação de secura, sensação de corpo estranho ou areia nos olhos, vermelhidão, dor ocular, entre outros.
- Atrapalha a rotina diária, como estudar, dirigir, ver televisão, tela de celular ou tablet.
> Causas
- Uso constante de telas de smartphones, tablets, computadores e TVs.
- Uso de lentes de contato além do tempo indicado.
- O envelhecimento produz menos lágrima e a queda hormonal da menopausa nas mulheres.
- Medicamentos antidepressivos, anti-hipertensivos e ansiolíticos.
- Ambiente com poluição, ar-condicionado e muito vento.
- Dieta pobre em ômega 3.
> Tratamentos
- Lágrimas artificiais, colírios, suplementação com ômega 3, beber muita água, evitar ambientes com ar-condicionado ou muito vento, pausas ao usar telas e terapia de luz pulsada, segundo indicação médica.
Fonte: Médicas ouvidas na reportagem
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