Servidores de São Mateus entram em greve e paralisam escolas e serviços públicos
O sindicato, que está à frente da iniciativa, já havia anunciado, por meio de carta aberta, a decisão
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Servidores públicos do município de São Mateus, cidade localizada no norte do Estado, entraram em greve geral, na última quinta-feira (1º). Com isso, os serviços públicos estão paralisados, incluindo as escolas.
O Sindicato de servidores da cidade (Sindserv- São Mateus) já havia anunciado a decisão, no mês de agosto, por meio de uma carta aberta, divulgada nas redes sociais.
Segundo o presidente do SindServ mateense, Herickson Locatelli de Mattos, a greve é uma reivindicação dos trabalhadores da prefeitura por melhoria nas políticas salariais.
"Desde o ano de 2015, não temos nenhum reajuste salarial. O atual governo não paga os decênios e as progressões. Há 3 anos, a nova diretora dialoga com a prefeitura para buscar alternativas de resolver esse problema, mas não chegamos a nenhum consenso. As assembleias e discussões, até o momento, não levaram a nada", diz.

Herickson destaca que a prefeitura afirma não ter dinheiro para arcar com as atualizações de salário e benefícios dos servidores.
"O município faz alegações com base na lei de responsabilidade fiscal, diz que não tem dinheiro e nós ficamos nesses embates. O piso do magistério não é recebido desde 2015, o salário mínimo vigente no país não é cumprido em São Mateus, professores recebem cerca de R$790 reais, mais uma complementação de salário para chegar ao mínimo", acrescenta.
O movimento grevista teve início com uma caminhada de profissionais de diversas áreas de atuação no município. Hoje (2), eles estão concentrados em frente ao Hemocentro de São Mateus (Hemoes), onde realizaram doações de sangue.
"Enquanto eles -prefeitura- atentam contra as nossas vidas, nós vamos salvar vidas. É uma forma de protestarmos e contribuirmos com a sociedade", ressalta Mattos.
Todos os servidores estão envolvidos na greve geral que, de acordo com o presidente do sindicato, pode durar até um mês.

Prefeitura de São Mateus
Em resposta às afirmações do SindServ São Mateus, a assessoria da prefeitura mateense afirmou que a greve é ilegal e a Justiça foi acionada para controlar o movimento.
"Procedimentos judiciais já foram protocolados e estão tramitando ante a ilegalidade da greve. Além disso, providências quanto ao corte de ponto e suspensão de pagamento dos grevistas já estão sendo analisadas", diz a prefeitura.
O município defende que já apresentou propostas de aumento de ticket para R$500, análise de concessão das progressões do salário e estudo para reformular o plano de carreira dos servidores municipais.
Porém, até o momento, não há acordo entre as partes envolvidas.
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