Rodoviários se manifestam por falta de pagamento e ameaçam greve em Guarapari
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Quem precisou do transporte público em Guarapari nesta quinta-feira (22), ficou a pé. Uma manifestação que começou por volta de 4h30 no portão da garagem da companhia que atende a cidade impediu qualquer ônibus de sair durante todo o dia.
A paralisação foi total. Cobradores e motoristas estão com os salários atrasados e ainda não receberam o ticket alimentação do mês de abril.

“Os funcionários estão com os salários atrasados desde o ano passado, atrasou também a parcela do ticket que foi acordado em 2020 com os funcionários. O ticket válido agora é de R$750, e a empresa queria pagar somente R$ 200. Eles não aceitaram receber apenas R$200, o salário venceu dia 10 e nem a metade foi pago ainda”, explicou o diretor do Sindicato dos Rodoviários de Guarapari (Sintrovig), Enis Soares.
Durante a tarde, foi realizada uma assembleia com representantes da empresa responsável pelo transporte, e com a direção do sindicato, mas sem acordo, o sindicato vai protocolar o aviso de greve. Se não houver nenhum retorno positivo para os trabalhadores, a greve começa efetivamente na terça-feira.
“O transporte volta ao normal amanhã, mas se não tiver acordo até terça-feira, vamos parar 70% da frota. A empresa pagou só 46% do salário e os trabalhadores não quiseram os R$200 de ticket que foi proposto durante a reunião, queriam o valor integral, e o restante do salário do mês de abril só seria pago em maio”, explicou o presidente do Sindicato, Wanderley Gonçalves.
A empresa responsável pelo transporte público na cidade, Expresso Lorenzutti, esclareceu que a empresa vem sendo submetida à grave crise financeira ocasionada pela histórica defasagem tarifária que lhe é imposta, o que se agravou com queda de demanda em decorrência das medidas restritivas de circulação impostas pelo Poder Público para combate à pandemia do coronavírus (COVID -19), sobretudo após a publicação dos Decretos Estaduais nº 4859-R, nº 4848-R e nº 4866-R.
“Em virtude de todos esses fatos e, principalmente, da paralisação do transporte público municipal determinado pelo Governo Estadual por mais de 17 dias, a receita atualmente auferida não tem sido suficiente para cobrir os custos mínimos para operação do sistema de transporte.Tais fatores, importante registrar, resultam, na verdade, no desequilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão, que, por sua vez, é de conhecimento do município de Guarapari”, informou por meio de nota.
A empresa declarou ainda que vinha cumprindo seu pagamento em dia, entretanto, diante da paralisação do transporte por mais de dezessete dias no mês de abril determinada pelo Governo do Estado, a empresa vem tendo dificuldades de honrar com pagamento.
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