“Vida só deve voltar ao normal em 3 meses”, afirma Defesa Civil
Órgão destaca que muitas lojas ainda estão destruídas e o escoamento da produção está comprometido
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As fortes chuvas que atingiram Mimoso do Sul em meados de março deixaram casas e comércios cheios de lama, além de imóveis que não resistiram à enchente e foram ao chão.
O tenente-coronel Benício Ferrari Júnior, coordenador estadual adjunto da Defesa Civil, disse que a cidade só deve começar a voltar à normalidade em três meses.
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“Estamos falando de um desastre que teve o impacto mais significativo para um município no Estado. Existe uma porcentagem muito grande dos estabelecimentos comerciais do Centro destruída. A produção rural está com um escoamento comprometido. Mais de 10 pontes nas vias principais foram destruídas ou estão comprometidas. Tudo isso atrapalha o município a se reerguer”, relata.
De acordo com dados da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (CEPDEC), 3.989 imóveis da sede de Mimoso do Sul foram atingidos pelas enchente.
O número representa 51% do total de imóveis. Desses, 2.996 eram casas, 12 escolas, 29 estabelecimentos de saúde, 806 comércios e 29 igrejas.
“Estive lá e vi alguns mercados e lojas que voltaram a funcionar. Outros que ainda têm lama dentro e a pessoa está tentando tirar. Soube de muitos casos em que pessoas já desistiram dos seus comércios e não vão reabrir. Imagino que, em pelo menos três meses, a cidade comece a voltar à normalidade”.
Durante a tarde desta quinta-feira (11), a Defesa Civil e o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) divulgaram as informações sobre o mapeamento das áreas afetadas por inundação no município de Mimoso do Sul.
O diretor-presidente do IJSN, Pablo Lira, apresentou uma nova ferramenta que vai ajudar no trabalho de prevenção a esse tipo de ocorrência.
“A partir do mapeamento das áreas afetadas pela enchente em Mimoso do Sul podemos validar o funcionamento de um programa que prevê quais serão as áreas afetadas, de acordo com determinado nível do rio”.
Ele explicou que a partir dessas informações, o Estado poderá atuar tanto na resposta a eventos climáticos como também na prevenção, ação e adaptação a eles.
“A partir dessa validação, poderemos replicar esse modelo em outras localidades para fazer o mapeamento das áreas de risco de outros municípios. Nós fazemos uma simulação, com base nas imagens de satélite, para verificar quais serão as áreas atendidas se o rio estiver cinco metros acima, por exemplo”, explicou Pablo Lira.
Fique por dentro
Mapeamento das áreas afetadas em Mimoso
Centro
- 3.989 imóveis atingidos ou 51% do total.
Desses, 2.996 eram casas (dos 51% de imóveis atingidos, 75% eram residências), 12 escolas, 29 estabelecimentos de saúde, 806 comércios e 29 igrejas.
Ponte de Itabapoana
- 376 imóveis atingidos ou 91% do total.
Desses, 304 eram residências, uma escola, um estabelecimento de saúde, 49 comércios e quatro igrejas.
Santo Antônio do Muqui
- 207 imóveis atingidos ou 54% do total.
Desses, 167 eram residências, uma escola, 24 comércios e três igrejas.
Conceição do Muqui
- 143 imóveis atingidos ou 41% do total.
Desses, 95 eram residências, uma escola e 40 comércios.
Dados
Entre os dias 22 e 23 de março deste ano, a forte chuva que atingiu Mimoso do Sul, no Sul do Espírito Santo, causou 18 mortes. Outras duas mortes foram registradas em Apiacá.
Uma pessoa ainda está desaparecida, mas, de acordo com a Defesa Civil, pode ser que o número de desaparecidos seja maior.
Isso acontece por que muitos deles podem ainda não ter sido notificados.
A tragédia foi causada pelo acúmulo de água, cuja quantidade medida e divulgada foi de 300 milímetros.
Prevenção
A partir das informações obtidas após as enchentes de Mimoso do Sul, a Defesa Civil, em parceria com o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), pode validar um programa que ajuda na prevenção e ação contra dos efeitos de desastres naturais.
A partir da validação desse modelo, outros municípios poderão utilizar a ferramenta para entender, com mais precisão, quais são as áreas de risco da cidade, de acordo com o nível do rio.
Com as informações em mãos, cada cidade poderá atuar com mais precisão no combate aos efeitos dos desastres naturais.
Fonte: Defesa Civil Estadual.
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