Queijo de João Neiva é premiado em concurso internacional
Empreendedores celebram 150 anos da imigração italiana
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O Espírito Santo e o Brasil, neste ano, comemoram os 150 anos da imigração italiana. As primeiras 388 famílias de camponeses chegaram ao Estado em fevereiro de 1874 e deixam um legado, assim como outros povos, de muito trabalho. Muitas famílias de descendentes, ainda hoje, sobrevivem do que aprenderam em casa, por gerações.
Moradores de João Neiva, Norte do Estado, onde fica a Rota dos Queijos, o casal Pedro Henrique Castoldi Borlini e Gabriela Giacomin, ambos de 41 anos, contam com orgulho sobre como a receita do alimento vem sendo passada de geração em geração, desde a vinda da família Giacomin em 1888 na embarcação Maria Pia.
“Há três anos, eu e a Gabriela assumimos a queijaria, que só tinha quatro tipos de queijo e passou a ter 30. E esses queijos hoje são premiados não só no Brasil, mas internacionalmente”, conta Pedro Henrique. O Queijo Monte Negro, por exemplo, é medalha de ouro no Concurso Internacional Cheese Awards - Brasil 2023 (ExpoQueijo Araxá), o maior movimento Internacional de Queijo Artesanal e medalha de ouro no 3° Mundial do Queijo - Brasil 2024. Ao todo, são sete premiações.
O salto na produção foi possível, explica o empreendedor, com a criação da Rota dos Queijos pelo governo do Estado e as capacitações, recebidas por meio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
“A gente tem uma parceria muito grande com o Sebrae, que tem ajudado, desde o início da produção, de todo o contexto da marca e dos queijos também. Então, hoje o Sebrae é parceiro na Rota dos Queijos, que traz tanto a questão de cursos e desenvolvimentos. Não só para a nossa empresa, mas para toda a rota, que inclui as cinco cervejarias que compõem essa rota, que hoje é lei estadual”, afirma o empreendedor.
E o que explica queijos com aparência de terem sido “encapados” nas cores preto, vermelho e amarelo? Segundo Pedro Henrique, é uma resina de grau alimentício para proteção e maturação do queijo. “É uma resina, então a gente chama de pelyrica, que é uma camada que a gente passa durante a maturação para que o queijo continue tendo suas alterações físico-químicas dentro, trazendo sabor sem perder a umidade.”
E cada película vem de um lugar diferente. Por exemplo, a vermelha é importada da Argentina, a preta é brasileira. Segundo o empreendedor, são queijos de maturações diferentes e tecnologia de fabricação diferentes. “A tecnologia que a gente fala é a forma com que a gente faz. Todos os nossos queijos são autorais, as receitas são exclusivas e só encontra na Queijos Giacomin.
O diretor-superintendente do Sebrae, Pedro Rigo, destacou que os imigrantes italianos colaboraram com o processo de desenvolvimento do Estado do Espírito Santo. “Colaboraram com os seus pequenos empreendimentos, e nós sabemos que hoje existem grandes empreendimentos aqui de descendentes italianos do Espírito Santo, e nós sabemos que começou como pequeno, na sua origem, com toda a retórica da história daquela época. O Espírito Santo, ele veio com o seu processo de desenvolvimento, trazendo para todas as culturas, e a cultura italiana teve um papel fundamental no processo”
O casal montou um estande da Queijos Giacomin no Festival da Cultura Italiana, realizado na Praça do Papa, em Vitória, entre os dias 31 de maio e 2 de junho. No local, o Sebrae montou a réplica de uma casa dos primeiros imigrantes italianos.
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