Peixe de 328 quilos: "A pesca foi muito especial", diz comandante da embarcação
O pescado da espécie meca foi fisgado a 50 quilômetros da costa e a 600 metros de profundidade no mar de Guarapari
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Durante uma pescaria despretensiosa, um grupo de pescadores esportivos em Guarapari fisgou um peixe meca de 328,6 quilos e quatro metros de comprimento. Ele pode bater o recorde nacional da espécie.
A captura aconteceu a 50 km da costa e a 600 metros de profundidade, em um desafio que levou mais de quatro horas para ser concluído.
É que após fisgar o peixe gigante, os seis pescadores esportivos que estavam na lancha tiveram muito trabalho para tirá-lo da água. Nessa aventura, perderam outros dois peixes que estavam fisgados e que tinham aproximadamente 200 quilos. É o que conta o comandante da embarcação, Jefferson Wendel de Freitas.
“Soltamos as linhas e pegamos quatro peixes, mas conseguimos trazer apenas dois para a embarcação, já que os outros dois fugiram. Não eram tão grandes quanto esse, mas eram bastante imponentes, tendo seus 200 quilos”, conta ele.
Para subir o peixe para o barco foram quase quatro horas de esforço físico, e para retirá-lo da embarcação eles contaram com a ajuda de um guindaste, que os aguardava no canal da cidade.
A pesca aconteceu na tarde da última segunda-feira. O comandante fez a limpeza do peixe na noite do mesmo dia, e todo o pescado foi armazenado para ser consumido entre os pescadores esportivos e os amigos.
Centenas de pessoas acompanharam a operação de retirada do peixe do mar. “Nunca tinha visto um peixe tão grande de perto. Com certeza é mais um fato histórico para a cidade”, comentou a professora Rafaela Constancio, de 30 anos.
O meca é uma espécie comum na região, segundo os pescadores. Diferente do marlim azul, cuja pesca é proibida por se tratar de um peixe ameaçado de extinção, o meca é permitido no Brasil.
Em Guarapari, há uma estátua do marlim azul na Praia do Morro. Desde 1992, o maior do mundo da espécie foi pescado nas águas do município. Fisgado por Paulo Amorim, o pescado pesou 636 kg, e tinha 4,62 metros de comprimento. O recorde mundial é dele até hoje. O pescador já morreu.
Cenas da pescaria
Jefferson Wendel de Freitas comandante da embarcação: “A pesca foi muito especial”
Jefferson Wendel de Freitas, comandante da embarcação que atua no ramo náutico há 26 anos, trabalhou com o pescador Paulo Amorim, que fisgou o maior marlim azul da história, de 636 Kg, e agora integra o grupo que pescou um dos maiores da espécie meca.
A Tribuna: Como foi a experiência de pescar um peixe deste tamanho, que pode vir a ser o recorde nacional?
Jefferson Wendel de Freitas: A pesca foi muito especial e aconteceu de forma despretensiosa. Soltamos as linhas, pegamos quatro peixes, mas conseguimos trazer apenas dois para a embarcação, já que os outros fugiram. Não eram tão grandes quanto esse, mas ainda assim eram bastante imponentes, tendo seus 200 quilos.
E de onde veio a informação que pode ser o maior peixe dessa espécie?
O peixe que conseguimos trazer pesava 328 quilos. Depois da pesca, começamos a ouvir rumores sobre o possível recorde brasileiro, e parece que realmente batemos. Vimos que o recorde anterior era de 326 kg e outro de 304 kg, então ficamos empolgados ao perceber que nosso peixe poderia ser o novo recordista. Vamos em busca dessa validação.
Como foi o processo de captura do peixe? Usaram alguma técnica específica?
A pesca foi feita com um anzol 12/0, que é ideal para peixes grandes como o marlim. Ao lançarmos as linhas, conseguimos pegar o peixe. Apesar de não termos uma estrutura adequada para puxá-lo, fizemos tudo na força bruta. Amarramos uma corda e, com muito esforço, conseguimos trazer o peixe a bordo.
Essa experiência de pescar um peixe de tamanha magnitude te trouxe inspiração para continuar pescando?
Com certeza! Eu já trabalhei com o recordista do marlim azul após ele bater o recorde e essa experiência só me inspira a continuar pescando ainda mais. Cada peixe tem seu desafio, e pescar algo tão impressionante nos motiva a sempre buscar mais.
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