Infecção lota hospitais de Guarapari
Há registro de até sete horas de espera por atendimento de moradores e turistas na Unidade de Pronto Atendimento da cidade
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Nos primeiros dias de janeiro, os atendimentos de casos de gastroenterite aumentaram em relação ao ano passado e resultaram em hospitais lotados 24 horas por dia em Guarapari, como no Materno Infantil Francisco de Assis (Hifa) e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Há registro de até sete horas de espera por atendimento.
A gastroenterite, que na cidade já é conhecida como a doença de verão, vem sempre com intensidade nessa época, já que, além dos moradores, a cidade recebe milhares de turistas que também apresentam o mesmo quadro: diarreia, vômito, desidratação e, em alguns casos, febre, náuseas e cólicas.
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A médica Thays Rangel esclarece que trata-se de uma infecção intestinal normalmente transmitida por contato com uma pessoa infectada ou por alimentos ou água contaminados.
“É uma doença que acomete pessoas durante todo o ano, e por que piora no verão? Principalmente em função das altas temperaturas que favorecem a proliferação de microrganismos nos alimentos. A ingestão de água contaminada também pode causar a doença, além da transmissão por alguém infectado”, ressalta ela.
A médica faz o alerta para que todos redobrem a atenção. “É importante se hidratar com frequência, com ingestão de líquidos, como água, água de coco e sucos de frutas naturais. O ideal é dobrar a quantidade de líquidos para as crianças porque essa exposição intensa ao sol propicia quadros de desidratação, principalmente em crianças e idosos”, explica.
De acordo com a médica, outro cuidado é na hora de escolher os alimentos. A dica é verificar a procedência, observar as condições de acondicionamento e ficar de olho na manipulação. Os cuidados com a higiene são fundamentais para evitar a contaminação.
Embora muitas vezes não aparentem, os alimentos podem estar estragados, e é quando acontece a intoxicação alimentar. Na praia, o risco é maior porque o forte calor faz com que os alimentos estraguem com mais facilidade.
“Normalmente, são casos de desidratação leve. Neste caso, pode-se procurar a unidade de saúde de atenção básica. Em casos mais graves, quando há vômitos e diarreia incontroláveis, deve seguir ao hospital para ser diagnosticado e medicado. O tratamento basicamente é com soro e dar continuidade em casa com soro caseiro. É sempre bom procurar orientação médica e jamais se automedicar”.
Prefeitura diz que doença é comum no verão
A Prefeitura de Guarapari informou que houve um considerável aumento na procura por atendimento na UPA e nas unidades de saúde.
A semana epidemiológica 01/2024 está sendo fechada, e os dados ainda estão sendo computados para serem divulgados.
Quanto à reclamação de água contaminada, a Cesan garantiu que a água distribuída para todos é de qualidade e atende a rigorosos padrões de potabilidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde.
O controle da qualidade da água oferecida pela companhia é monitorado também por agentes externos, por meio do Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água, segundo a organização.
Somente no Hospital Materno Infantil Francisco de Assis (Hifa), na Praia do Morro, nos sete primeiros dias de janeiro foram registrados 219 casos de gastroenterite, enquanto no mês de novembro foram registrados 140 casos e, em dezembro, 169.
Sete horas de espera para atendimento em UPA
A operadora de rotativo Sara Carvalho, de 19 anos, esperou sete horas para ser atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Guarapari, com fortes dores abdominais, diarreia e vômito.
O desespero foi tão grande que a menina não comeu nada, por medo de continuar passando mal enquanto aguardava.
“Cheguei aqui 9h40 da manhã e fui atendida 16h40. Muita demora mesmo, mas, sem escolha, tive de esperar. Não comi nada para não correr o risco de passar mal aqui”, desabafa.
Água sem tratamento
A balconista Iasmin Costa Vieira Jesus, de 18 anos, chegou em busca de atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Guarapari por volta das 13h, e às 17h20 não tinha sido atendida.
A jovem, que é moradora da cidade, não comeu nada de diferente na rua e acredita que a água da sua casa esteja sem o tratamento adequado. “Eu acredito que seja a água. E é horrível essa situação. Não parei de vomitar e agora estou tomando somente água comprada”, afirmou.
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