Reencontro após 17 dias: “Foi a maior emoção da vida”
A economista Leticia Von Rondow conta como foi o reencontro com sua cadela Nala após 17 dias de busca pela Grande Vitória
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Depois de 17 dias de angústia, a economista Leticia Von Rondow, de 29 anos, finalmente reencontrou a cadela Nala no último domingo, quando recebeu a notícia de que um animal parecido com o dela estava em um prédio em Jardim Camburi.
Nala desapareceu no dia 4, quando escapou pelo portão da casa da tutora, foi atropelada e desapareceu.
“Eu moro em uma casa e no dia 4 a minha tia veio buscar meu primo de 7 anos que estava aqui. Eu abri o portão para minha tia entrar sem ver que a Nala estava na área externa. Quando abri o portão, ela escapou. Eu fui atrás na mesma hora, mas um carro a atropelou, ela se assustou e saiu correndo muito rápido, até desaparecer”.
O desaparecimento de Nala mobilizou moradores de Vitória, especialmente na região de Jardim Camburi, desde o dia do ocorrido. No último domingo ela foi encontrada por um morador do bairro.
“Por acaso eu estava perto do local onde ele disse que tinha encontrado uma cachorra com as características da Nala, então cheguei bem rápido lá”, explicou Leticia.
A tutora conta que não conteve a emoção ao avistar a cadela, que é vira-lata. “Foi disparada a maior emoção da minha vida o momento em que eu reencontrei Nala. Era uma emoção gigantesca, não só por estar vendo ela, mas por estar vendo que ela estava viva, aparentemente saudável, sem ferimentos expostos e andando”.
Ela contou que Nala a reconheceu e estava superfeliz em vê-la. “E foi do jeito que Deus preparou, assim, para gente”.
Rua
Nala entrou na vida da economista por meio de uma adoção. A cadela precisava de um lar temporário, que foi a proposta de Leticia, que acabou adotando a vira-lata definitivamente.
“Era um momento difícil na minha vida. Pensei: 'ela é muito bonita, alguém vai adotar fácil'. Mas ela conquistou meu coração em pouco tempo, já não tinha mais chance nenhuma de doar para alguém”.
Leticia conta que Nala, inclusive, dorme debaixo da coberta com ela. “Ela é minha companheira do trabalho, minha companheira de tomar sol, minha companheira de sair na rua. Eles dão para a gente um carinho genuíno”, disse Leticia, que tem outra “filha” de quatro patas chamada Balu.
“Não sabia se aquilo era real”, diz Leticia, tutora da nala
A Tribuna- Depois da Nala fugir, como aconteceu toda essa comoção em busca dela?
Leticia Von Rondow- Eu pedi para alguns amigos postarem nas redes sociais e mandar também para algumas associações de bairros nas imediações. Mobilizei alguns amigos também para ir atrás no dia e no dia seguinte, para a gente conseguir ir atrás para procurá-la, pois ainda estava recente.
Como surgiu o grupo no WhatsApp?
No sábado, um amigo me procurou e falou: “olha, faz um grupo no WhatsApp, eu vou fazer para você, compartilha o link com as pessoas que querem ajudar, que a gente tenta mobilizar as pessoas para irem na rua, para verificar as pistas”. E nisso eu divulguei esse link, pedi para as pessoas divulgarem, e começou a entrar muita gente. Foi um grupo que contou com 250 pessoas e foram essas 250 pessoas que não me deixaram desistir. Elas iam atrás de qualquer pista que eu tinha da Nala. Todo dia que eu chegava em casa cansada das buscas e com pouca esperança, alguém no grupo tinha uma palavra de conforto, de carinho, de esperança para me dar.
Esse grupo foi o que me salvou. Eles renovavam minha esperança, eles iam atrás, eles pensavam em estratégias, eles me ajudavam muito na divulgação. Então, para mim foi, assim, o essencial, sabe?
Como foi receber a notícia de que encontraram uma cadela que poderia ser ela?
Um morador de Jardim Camburi estava com a filha de 9 meses na varanda. Ela fala quatro palavras apenas: papai, mamãe, neném e 'au-au'. E ela estava falando 'au-au', 'au-au'. Aí o pai viu o 'au-au', que era uma cachorra branca, dentro do prédio dele, mas depois ele viu que aquela cachorra estava tentando pular para fora do prédio. Ele desceu para poder ajudar essa cachorra, que até então ele não sabia que era a Nala.
Quando ele desceu e foi chegando perto, foi vendo as características da cachorra e lembrando da que ele tinha visto nas redes sociais, que ele inclusive até compartilhou também.
Ele prontamente pediu para esposa procurar meu telefone e me ligar. Eu estava muito próxima lá do local. Quando ele me ligou, eu estava na avenida já próxima do prédio, e normalmente eu peço uma foto, alguma coisa, mas eu estava tão perto que eu falei, 'vou lá, eu vou lá ver, deve ser a Nala'.
Como foi o momento do reencontro?
Eu lembro que cheguei no portão e fui subindo as escadas do prédio com a perna bamba. Quando cheguei onde ela estava, onde ele tinha conseguido segurar ela, eu vi aquele pontinho branco no meio de um jardinzinho e desabei no chão.
Eu comecei a chorar. Não sabia se aquilo era real ou se não era. Foram tantas pistas falsas, que acabaram não sendo ela, que vê-la ali viva, saudável... A adrenalina foi lá em cima. Eu não conseguia nem respirar direito, era uma emoção muito grande, a maior emoção da minha vida.
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