Recomeço: professoras sobreviventes de ataque em Aracruz voltam para casa
Priscila e Bárbara receberam alta do hospital e se recuperam dos ferimentos
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As professoras Bárbara e Priscila, sobreviventes do grave atentado acontecido no dia 25 em escolas de Aracruz, retornaram às suas casas e puderam reencontrar a família depois que tiveram alta do hospital. As duas estavam na sala dos professores da escola Primo Bitti quando um ex-aluno entrou atirando.
Priscila Queiroz é professora de Português e contou que estava de costas quando o atirador chegou, sendo uma das primeiras a ser alvo dos disparos. "Foi tudo muito rápido, ele entrou calado, efetuou todos os disparos e saiu calado também", relembrou.
Segundo ela, o adolescente, de 16 anos, nunca teve problemas na escola. "Até onde a gente sabe não teve nunca um embate com diretor, com professor, com colega. Não consigo ver justificativa pra isso", lamentou.
Priscila contou ainda que as vítimas fatais ficaram acuadas no local, sem possibilidade de correr. "Ele parava, mirava e atirava, e ele não saiu da sala enquanto ele não viu que estava todo mundo atingido", contou.
A professora de química Bárbara Melodia Arrigoni foi atingida no braço durante o ataque. Ela relembrou momentos de angústia até ser socorrida por policiais militares, que ajudaram a prestar atendimento enquanto ambulâncias priorizavam vítimas mais graves.
Bárbara recebeu em sua casa a visita dos militares que ajudaram a tirar ela da situação. "Eu sabia que era o meu braço, que não era nenhum órgão vital, e eu estava clamando por socorro, que alguém chegasse para socorrer a gente. E enquanto o Samu socorria minhas amigas que estavam em estado gravíssimo, eles chegaram para me socorrer, porque senão eu teria ficado lá", contou emocionada.
O Tenente Adriano Faria estava presente nesse momento e se alegrou com a recuperação da professora. "Nossa intenção era socorrer, não tinha viatura do Samu suficiente pra atender todos e nós estamos felizes em saber que uma das vítimas socorridas pela guarnição está viva em casa", disse.
As sobreviventes agora esperam pela recuperação e recomeço. "Eu vou recuperar, eu tenho fé que meu braço vai recuperar", acredita Bárbara. Enquanto Priscila declarou que pretende voltar à sala de aula. "Eu vou continuar, continuo professora, agora com uma pauta a mais", afirmou.
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