Professora fica ferida após ser sugada por ralo de piscina
Fernanda Arruda só se soltou do dispositivo depois que o sistema de bombeamento foi desligado pelos funcionários do local
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Hematomas espalhados pelo abdômen e um susto para guardar na memória. Isso foi o que a professora de natação Fernanda Arruda, 41 anos, sentiu na pele após ser sugada por um ralo na piscina onde dá aulas em um condomínio em Vitória.
Na primeira aula do dia, após terminar a instrução de dois alunos, a professora se dirigiu até a borda da piscina, onde o ralo estava localizado, para guardar o material utilizado na aula.
“O ralo me sugou de uma forma tão agressiva, extremamente forte, que eu achei que fosse morrer”, lembrou. “Eu não fiquei submersa, mas toda a região do meu abdômen foi sugada pelo ralo. Fiquei sem respirar”, explicou.
Ela ainda fez força com as duas pernas sobre as paredes da piscina na intenção de se desprender, mas sem sucesso. “As minhas panturrilhas ficaram doloridas de tanta força que fiz”, acrescentou.
Fernanda só se soltou do dispositivo após funcionários desligarem o sistema de bombeamento da piscina. Apesar dos hematomas e do susto, ela se recuperou em casa. O fato aconteceu no último dia 28.
O caso vivenciado pela professora Fernanda Arruda acende o alerta, especialmente, para pais e responsáveis de crianças.
Com o verão se aproximando e as férias escolares batendo à porta, é comum que as famílias viagem para hotéis e parques aquáticos. E o perigo acompanha o momento de diversão nas piscinas.
Novembro, inclusive, é o mês Nacional de Segurança Aquática, dedicado a aulas temáticas de conscientização sobre a segurança em piscinas.
NORMAS
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) orienta que o sistema de sucção de todas as piscinas deve contar com, ao menos, dois ralos antissucção para drenagem da água, interligados entre si.
Esses ralos possuem uma proteção que impede o aprisionamento, como no caso da professora Fernanda.
“É um investimento muito barato quando comparado ao benefício de se evitar um afogamento”, observou a Capitã Gabriela Andrade, do Corpo de Bombeiros.
Ela acrescenta que, nesse caso, os afogamentos não acontecem por acaso. “O afogamento é considerado um incidente, não um acidente, porque ele pode ser evitado com medidas preventivas básicas”, afirmou.
A prática, entretanto, é diferente. A Capitã alerta para uma ausência de normas oficiais, o que dificulta a atuação das equipes.
“Falta uma legislação mais específica que consiga efetivar a fiscalização dos bombeiros para esse tipo de exigência”, observou.
SAIBA MAIS
Confira os cuidados necessários
ABNT
- O sistema da piscina deve contar com dois ralos antissucção, interligados entre si.
- Espaçamento de pelo menos 1,5 m, medindo a partir do centro do dispositivo.
- Velocidade máxima de escoamento da água de meio metro por segundo.
- Dimensões de ao menos 46 cm por 59 cm.
Atenção com crianças
- Restrinja o acesso à piscina com grades ou cercas que impeçam o acesso da criança.
- 100% de atenção à criança, com distância de segurança de um braço. Evite distrações, como uso do celular, ao realizar a supervisão dos pequenos.
- Natação infantil o quanto antes garante uma prevenção para toda a vida.
- NÃO deixe brinquedos ou objetos na piscina que possam atrair a criança.
- NÃO confie em boias infláveis. Elas podem ser perfuradas e perder a flutuabilidade, escorregar ou virar facilmente.
- Dê preferência a coletes de espuma.
- Frequente praias, clubes e parques aquáticos supervisionados por guarda-vidas.
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