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Cidades

“Prazer sexual é presente de Deus”, diz Papa Francisco

Líder da Igreja Católica afirmou ainda que no Cristianismo não há condenação do instinto sexual e defendeu o amor verdadeiro


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Imagem ilustrativa da imagem “Prazer sexual é presente de Deus”, diz Papa Francisco
Papa Francisco disse que o prazer sexual deve ser valorizado, mas é minado pela pornografia |  Foto: Arquivo/ AT

O papa Francisco, de 86 anos, durante uma audiência no Vaticano, na qual era discutido o “vício da luxúria”, deu uma declaração surpreendente e disse que “o prazer sexual é uma dádiva de Deus”, o que naturalmente despertou ira entre conservadores católicos. O pontífice ainda condenou o consumo da pornografia e fez considerações sobre o amor verdadeiro.

“Vencer a batalha contra a luxúria, contra a ‘objetificação’ do outro, pode ser uma empreitada ao longo da vida. O verdadeiro amor não possui, ele se doa; servir é melhor do que conquistar. Porque se não há amor, a vida é triste, é uma solidão triste”, disse Francisco.

O Santo Padre ainda teceu comentários sobre respeito nas relações e como o amor verdadeiro é vital para que a sexualidade seja plena. Assuntos do tipo são muito evitados por lideranças religiosas de vários credos e invariavelmente geram críticas de setores mais reacionários entre os fiéis.

“Quantos relacionamentos que começaram da melhor maneira possível acabaram se tornando relações tóxicas, de posse do outro, carentes de respeito e senso de limites? Devemos defender o amor, o amor do coração, da mente, do corpo, o amor puro no ato de se entregar ao outro. E esta é a beleza da relação sexual”, completou o Bispo de Roma.

O papa Francisco já tinha autorizado, em dezembro do último ano, que padres e sacerdotes da Igreja Católica concedam bênção a casais homoafetivos. Ainda que a celebração não tenha qualquer semelhança com uma cerimônia de casamento.

Apesar da decisão histórica, o documento que divulga a nova decisão ainda afirma que a Igreja Católica continua a considerar a união entre casais do mesmo sexo um ato “irregular” e que a doutrina não mudou. A nova resolução é apenas um “sinal de que Deus acolhe a todos”.

O documento também informa que os padres podem se recusar a fazer o ritual, mas estão proibidos de impedir a “entrada (em igrejas) de pessoas em qualquer situação em que possam procurar a ajuda de Deus através de uma simples bênção”.

A nova medida já havia sido sinalizada em outubro, quando o papa Francisco afirmou “ver a possibilidade” de que a igreja abençoe uniões entre pessoas do mesmo sexo. O pontífice deu a declaração após cinco cardeais criticarem sua postura considerada excessivamente progressista em relação à população LGBT+.

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