Policial vai ser padrinho de bebê que salvou em Vila Velha
A pequena Heloá, de um mês, desengasgou e recuperou a consciência após soldado Netto realizar manobra de Heimlich
O reencontro do soldado Netto, 29, com a bebê Heloá, de um mês, que foi salva por ele após um engasgo, aconteceu ontem, com uma surpresa: o policial foi convidado para ser padrinho de batismo da pequena.
A autônoma Lívia Rocha, 23, prima da menina que a levou às pressas ao 4º Batalhão da Polícia Militar, em Vila Velha, também foi convidada a ser madrinha de batismo.
A operadora de caixa Mirele Ribeiro, 31, e o operador de máquinas Jackson Campos, 32, pais da bebê, se dizem completamente gratos ao policial e à sobrinha.
Para a mãe, não houve qualquer dúvida sobre a decisão de convidá-los a ser padrinhos de Heolá.
“Não há decisão mais certa do que convidá-los como padrinhos. Heloá se engasgou ao golfar, após mamar, e Lívia a pegou do meu colo e correu para o batalhão. Lá, o soldado Netto a salvou. Os dois salvaram a minha filha”.
Após a comoção para ajudar a menina, juntamente à equipe do batalhão, o soldado Netto se emociona e comemora por reencontrá-la viva e sem qualquer tipo de fratura.
“Foi a ocorrência mais emocionante da minha vida. Reencontrá-la sem lesões foi motivo de alegria. Será uma honra ser padrinho de Heloá e é muito gratificante o reconhecimento. Nos dá mais motivação no dia a dia”, afirma o militar.
O policial conta, ainda, que nunca viveu nenhuma experiência parecida em seus nove anos de profissão. Agora, ele se diz feliz e à espera da cerimônia, que ainda não tem uma data confirmada.
Lívia Rocha, prima de Heloá, conta que não esperava pelo convite para madrinha de batismo e diz que irá amá-la como filha.
“Somente Deus pode recompensar os policiais pelo que fizeram por nós, especialmente o soldado Netto, que agiu com tanta rapidez. Estou muito feliz por ser escolhida como madrinha para batizar a pequena Heloá. Irei amá-la como amo meus filhos”.
A ocorrência foi na última sexta-feira. Após engasgar, Heloá não conseguia respirar e já estava inconsciente.
A menina desengasgou e recuperou a consciência após o soldado realizar a manobra de Heimlich, técnica de primeiros socorros em emergência por asfixia.
“Ele será parte da vida da Heloá”
Ao ver o sofrimento da filha Heloá, com apenas um mês de idade, durante um engasgo, a operadora de caixa Mirele Ribeiro, 31, chegou a ficar paralisada.
Moradora do Ibes, em Vila Velha, ela logo buscou socorro no 4º Batalhão da Polícia Militar, no bairro. Com a ajuda de sua sobrinha Lívia, ela entregou a filha nas mãos do soldado Netto.
A cena do momento do desengasgo da filha chocou Mirele, mas trouxe uma boa notícia: “Heloá ganhou uma nova vida”, em suas palavras.
Em reconhecimento ao ato heróico do policial, não restaram mais dúvidas sobre a escolha do padrinho de batismo da menina. Agora, de acordo com a mãe, ele é como um segundo pai da pequena.
A Tribuna: Qual é o seu sentimento em relação ao que o soldado Netto fez?
Mirele Ribeiro: Imensa gratidão. Ele será sempre parte da vida da Heloá. Ele, com certeza, se superou ao salvar a minha filha. Era um momento muito delicado, ela já estava até roxa. Sou grata primeiramente a Deus e, depois, ao soldado Netto e a minha sobrinha Lívia.
Quando você decidiu convidá-lo para ser padrinho?
No hospital, quando vi a recuperação da minha filha, já pensei em convidá-lo. Ele a trouxe de volta para mim e é uma bênção na vida dela. Só estamos aguardando a data correta do batismo e já fiz o convite. A partir de agora, ele será para sempre como alguém da nossa família. É como um segundo pai de Heloá.
Como foi o reencontro com o soldado Netto e a equipe de policiais?
Foi maravilhoso e emocionante. Minha filha ganhou uma nova vida. É como se ela tivesse nascido de novo, com uma nova data de aniversário. Foi um momento de desespero, mas a superação ficará marcada para sempre na história dela.
Como está a saúde de Heloá?
Ela está completamente bem. Fez todos os exames necessários e venceu aquela batalha sem sequer uma fratura. No hospital, ela ficou em observação e descobrimos que o engasgo ocorreu por conta de um refluxo. Agora, a pediatra já até prescreveu os remédios para o tratamento.
Qual foi sua reação no momento do acidente?
Eu fiquei desesperada. Tentei de tudo para desengasgá-la, mas não conseguia. Quando a vi tão vermelha e sofrendo, achei que iria perdê-la. Lívia, minha sobrinha, a tirou de minhas mãos e correu para o batalhão. Eu já não conseguia fazer nada. Cheguei a ficar sem chão.
Você considera que sua filha viveu um milagre?
Com certeza. Deus guiou o soldado Netto naquele momento e o fez vencer o nervosismo e toda a situação inesperada daquele acidente. Foi um milagre na vida da minha filha. Reconheço que, senão fosse o policial e minha sobrinha, nada disso seria possível.
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