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Cidades

Polícia e Corpo de Bombeiros são alvos de 571 trotes por dia

De todos os chamados recebidos, 10% são de comunicação falsa, prática que é crime e pode ser punida com prisão ou multa


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Imagem ilustrativa da imagem Polícia e Corpo de Bombeiros são alvos de 571 trotes por dia
Capitão Rony Natale e sua equipe, no Ciodes, receberam mais de 200 mil trotes no ano passado, com comunicação falsa de acidentes e crimes |  Foto: Leone Iglesias/AT

Ocupar a linha telefônica de números emergenciais, impossibilitando o socorro de quem realmente precisa de ajuda, é apenas um dos prejuízos causados pelo famoso “trote”, que cresce a todo momento no País.

Somente no Estado, o Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes) registrou pelo menos 208.455 ligações falsas, o equivalente a 571 trotes por dia.

O número corresponde a 10% dos 2.007.160 de chamados feitos à  Polícia Militar (190), ao Corpo de Bombeiros(191) e à Polícia Rodoviária Federal (193), no ano passado.

“O grande problema é que o cidadão, que realmente precisa ser atendido, deixa de ser. Então, o  prejuízo é da sociedade. Se deixarmos de atender um pedido que era uma emergência, de alguém que estava correndo risco de vida, por exemplo, essa pessoa pode ser prejudicada por conta da ação”, aponta o assessor do Ciodes, capitão Rony Natale.

Entre os principais perfis de quem entra em contato solicitando atendimento para ocorrências falsas, o capitão explicou que vão de crianças a adultos, com ou sem problemas psíquicos.

“Temos crianças, pessoas com sofrimento psíquico e adultos, que são os casos que mais se  repetem. Existem pessoas que chegam a ligar de 100 a 150 vezes por dia, com o mesmo discurso. Esses casos conseguimos identificar que se trata de trote, facilmente”, explica.

Quanto ao assunto passado nos trotes, o capitão informou que os adultos, por exemplo, costumam simular acidentes e crimes.  

Ele lembrou que, na maioria dos casos, o autor do trote acaba não sendo identificado.

“Um adulto ligou dizendo que havia explodido um botijão de gás em sua casa. Enviamos equipe, que, quando chegou ao local, percebeu que não havia nada. É difícil conseguir identificá-lo porque, geralmente, a pessoa liga de um orelhão”, disse.

O trote aos serviços de emergência é um crime previsto no Código Penal. Quando identificado, o autor é enquadrado no artigo nº 340 do Código Penal.

“Comete ilícito de comunicação falsa de crime ou de contravenção, nos termos do artigo 340, do Código Penal, cuja pena é de um a seis meses de detenção, ou multa”, explica Flávio Fabiano, advogado criminalista e especialista em criminologia.

Treino para identificar pedido de ajuda em chamadas

Para conseguir identificar as solicitações que são ou não verdadeiras, atendentes do Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes) recebem treinamentos constantemente. 

É durante esse “reforço” no aprendizado das ocorrências que a equipe aprende também como identificar casos de violência doméstica, cometida contra mulheres. 

Segundo o assessor do Ciodes capitão Rony Natale, muitas vítimas entram em contato com os canais de denúncia, fingindo que querem comprar comida.

“Muitas vezes, não é trote. Quando uma mulher liga pedindo comida ou remédio, ficamos em alerta”, disse.

Ele lembrou de casos atendidos pelo Ciodes, em que as vítimas fingiram que queriam comprar pizza e até remédios.

“Graças à sensibilidade da atendente, a vítima foi socorrida. Então, a equipe recebe, durante um dia, esse treinamento que visa também a alertar sobre as possibilidade de essas vítimas pedirem socorro por meio de códigos”, explicou o assessor.

Bombeiros 

Das mais de 200 mil ligações com chamados falsos feitas ao Ciodes, pelo menos 20% delas eram destinadas a ocorrências que seriam atendidas pelo Corpo de Bombeiros. E, entre os trotes mais atendidos pelo órgão, os falsos acidentes ganham em disparada.

“Além dos atropelamentos, eles inventam acidentes. Falam que as vítimas estão presas à ferragens e dão endereço de rodovias”, disse o tenente-coronel Carlos Wagner Borges, dos Bombeiros.

Borges explicou que fica difícil descobrir se realmente a solicitação se trata de uma ocorrência verdadeira ou não, uma vez que a maioria das pessoas liga de números de telefones celulares.

“Ligam de telefone celular e, quando retornamos, sempre dá fora de área. Se a pessoa passa um endereço de rodovia e não conseguimos falar com ela, a gente tem que ir no local e só descobrimos que se trataria de um trote ao chegar no endereço”, explicou.


ATENDIMENTOS FEITOS PELO CIODES


Janeiro a dezembro de 2021

  • 2.007.160 chamados ao CIODES
  • 208.455 trotes passados
  • O equivalente a 571 trotes por dia

Dezembro de 2021

  • 33.650 Chamadas interrompidas: Quando a pessoa liga e não fala nada
  • 14.877 Chamadas de informação: Quando a pessoa liga solicitando informações

Bombeiros

  • 20% dos trotes foram passados para o Corpo de Bombeiros 
  • Foram cerca de 34 mil trotes 

Obs: Os trotes são referentes aos contatos feitos com a Polícia Militar (190), Corpo de Bombeiros (193) e Polícia Rodoviária Federal (191).

Perfil de quem pratica os trotes

  • A maioria é de adultos, acima de 18 anos, que ligam e simulam acidentes e crimes.
  • Crianças, adolescentes e pessoas com distúrbios mentais também entram em contato. Neste caso, eles fazem brincadeiras e afirmam ser vítimas de algo.

Fonte: Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp).

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