Pesquisa aponta que maioria das mulheres ainda sonha em ser mãe
82% das mulheres ainda desejam ter filhos e 24,5% delas já pensaram ou pretendem adotar
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As mudanças sociais e culturais das últimas décadas são evidentes na sociedade moderna. Mas, apesar disso, o desejo de ser mãe é um sonho que ainda continua vivo nas mulheres.
Um levantamento feito pela Empresa Júnior da UVV (Ejuvv), em parceria com o jornal A Tribuna, mostrou que 82% das entrevistadas têm o desejo de serem mães.
Dessas, 24,5% pensam ou já pensaram em adotar, 16,2% já pensaram ou pensam em congelar os óvulos. E ainda 11,2% já tiveram dificuldades para engravidar e 6,5% pensaram na inseminação artificial.
“A grande maioria que participou da pesquisa é de mulheres mais jovens, que revelaram desejo muito grande de maternidade, apesar da pressão”, observa o coordenador da pesquisa, o professor da UVV Fabrício Azevedo.
Para a psicóloga Patrícia Dummer, o desejo de um filho permanece na grande maioria das mulheres por vários motivos: realização pessoal, continuidade genética, a maternidade vista como uma missão, por julgar que o padrão ideal familiar seja a família com filhos, entre outros.
“Porque ainda é muito marcante a relação da mulher com a maternidade como um sentimento instintivo. Além disso, existe um valor social atribuído à família com base no modelo ideal com filhos”, destaca.
Porém, o número de mulheres que decidem em não ter filhos também é crescente. “Hoje, o papel da mulher é quase semelhante ao dos homens no mercado de trabalho. Com isso, as responsabilidades da mulher se acumulam e o número de filhos interfere nessa rotina”, ressalta a psicóloga Luíza Bazoni.
Atualmente, segundo a psicóloga Monique Stony, há mais consciência do impacto que a chegada dos filhos traz à vida da mulher. “Oriento mulheres na escolha ou não pela maternidade como uma decisão consciente, fruto de um processo sério e profundo de autoconhecimento”.
“Estamos com muita esperança”
A empresária Estela Caiado, 37, sempre teve o sonho de ter filho. Se casou com Vinícius Soares da Costa, 35, há 11 anos, e há algum tempo sonha em aumentar a família.
“Casei com 26 anos e já queria engravidar, porém, resolvi esperar, passei por um problema chamado vaginismo e depois de tratado foi ficando difícil. Mas estamos com muita esperança que irá da certo. Já me senti incomodada com a pressão das pessoas, elas acham que somos uma máquina de fazer filhos, mas não é bem assim na prática, ainda mais na minha idade”, contou.
Evolução com filhos
Ter uma família numerosa nunca foi o sonho da Jaqueline Ferrari dos Santos, 35. Mas hoje os filhos, junto com o marido, Valmir da Silveira Inácio, 47, são seus parceiros. Raul Ferrari Inácio, 10, Laura Ferrari Inácio, 7, vieram primeiro. Já a mais nova, Maya Ferrari Inácio, de 1 ano, foi uma surpresa no meio de um tratamento contra o câncer. “Eles significam uma possibilidade de crescimento, de evolução minha enquanto ser humano”, destaca a mãe.
“Milagre que eu queria vivenciar!”
A técnica de enfermagem Talita de Oliveira Barreto, 22, está realizando o sonho de ser mãe. Casada com o barbeiro Wender Santana, 24, está grávida de 7 semanas. “Sempre sonhei em ser mãe! Muitas pessoas sonham com carreiras, carros e outras idealizações, mas eu quero ser mãe. É um milagre, uma dádiva que eu queria muito vivenciar!”, conta.
A pesquisa
Metodologia
Elaborada em parceria entre a Empresa Júnior da UVV e A Tribuna, a pesquisa foi feita entre os dias 25 e 29 de setembro, pela internet, com 338 mulheres, em sua maioria, com idades entre 26 a 30 anos (40%), 18 a 25 anos (19,2%) e 31 a 35 anos (16,6%).
82%
têm ou tiveram sonho de ser mãe
24,5%
já pensaram em adotar
Idade ideal de ter filhos
20 a 25 anos | 36,5%
26 a 30 anos | 43%
31 a 35 anos | 3,2%
36 a 40 anos | 5,1%
Após os 40 anos | 5,8%
Não sei | 0,4%
Não tem idade ideal | 6,1%
11,2%
têm ou já tiveram dificuldades de engravidar
6,5%
pensam ou pensaram em inseminação
16,2%
pensaram em congelar óvulos
O que impede
42,2% | o custo
33,3% | a religião
24,4% | falta de informação sobre o assunto
53%
acham que as mulheres não se sentem pressionadas a ter filhos, mas 45 % se sentem pressionadas a ter filho
Por quem?
23,7% | pela família
11,2% | pelo parceiro (a)
10,1% | pela sociedade
Curiosidade
Em 1960, a taxa de fecundidade, ou seja, o número de nascimentos por mulher, no Brasil, foi de 6,3 filhos. Desde então, a redução ocorreu de forma gradativa. Hoje, a taxa nacional é de 1,7 filho.
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