“Pelos meus filhos, enfrento minha dor”, diz mãe de quíntuplos capixabas
Mãe de quíntuplos conta como está seguindo em frente após a morte do marido, Jayme, ocorrida em abril
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Aos 39 anos, viúva há menos de um mês, a advogada Mariana Mazzelli, mãe dos quíntuplos capixabas, afirma que a vida se tornou completamente diferente desde o dia em que descobriu a gravidez, e quando os cinco recém-nascidos foram parar na UTI.
Mas foi depois da perda do marido, o pai dos quíntuplos, Jayme Reisen, de 40 anos, que ela diz ter entendido o real significado da maternidade.
O empresário morreu no dia 19 de abril, após lutar contra o câncer (linfoma) desde março do ano passado. Jayme e Mariana ficaram conhecidos nacionalmente por serem pais de quíntuplos e por contarem o dia a dia da família em um reality show.
Sem o marido e após três semanas de luto, Mariana declara que são os quíntuplos – Bella, Beatriz, Laís, Benício e Jayme, prestes a completarem 4 anos –, que mais dão forças para continuar em busca de dias melhores.
A Tribuna – A força que as crianças te trazem é algo inexplicável?
Mariana Mazzelli – A gente nunca conhece a força que tem até se tornar mãe. Quando meus filhos nasceram e ficaram quatro meses na UTI, eu escutei muito isso das médicas. Elas dizendo que eu era forte. Mas eu não tinha noção do que elas estavam falando porque eu estava vivendo e seguindo um dia de cada vez.
E como está sendo neste momento?
Agora, com a morte tão precoce do meu marido, quando tínhamos milhões de planos pela frente, eu vejo que realmente eu ser mãe dos quíntuplos me faz forte. Pelos meus filhos, enfrento minha dor. Eles me enchem de esperança e dias melhores, eles preenchem minha vida de amor e felicidade.
Hoje você precisa mais deles do que nunca?
Eu achava que eles precisariam de mim, ainda mais agora por causa da perda do pai. Mas é justamente ao contrário, eu é que preciso deles. Eles me fortalecem e me fazem seguir adiante. É incrível como é um amor infinito.
Apesar de serem quíntuplos, eles têm personalidades diferentes?
São cinco crianças totalmente diferentes uma da outra, cada um com seu jeitinho. E é impressionante a sintonia que temos. Laís é muito vaidosa, o Jayme é super levado, o Benício tem a personalidade muito forte, e se interromper a brincadeira dele, ele vai chorar, porque gosta de fazer as coisas dele no tempo dele. Beatriz é ansiosa, e se fala que vamos passear, ela quer sair na hora. A Bella é serena, a mais tranquila, e não se preocupa com nada.
Se tornou comum relatar tudo nas redes sociais?
Antes deles nascerem começamos a contar um pouco sobre o que acontecia. As pessoas queriam saber de alguma forma, como era a gravidez dos quíntuplos. Depois veio o nascimento prematuro, a chegada em casa, e a loucura de fazer tudo vezes cinco. Trocando 50 fraldas por dia, dando as trocentas mamadeiras. Temos nas redes sociais uma extensão da nossa família. Nossa família virtual. É tão verdadeira que recebo um apoio imenso, até de pessoas de fora do País.
E os quíntuplos acabam exigindo uma rotina?
Todo o meu tempo é dedicado a eles, e a rotina preenche meus dias. Os cinco estudam, mas duas vezes por semana o Benício, a Bella e a Beatriz não vão à aula para irem na terapia. O Benício tem síndrome de Down, as meninas paralisia cerebral, e os três ainda não andam. Eles me dão carinho e muito amor. Por eles estou seguindo da melhor forma que eu posso seguir. Lutando todos os dias e acreditando em dias melhores, sem perder a fé em Deus.
Você tem uma rede de apoio para cuidar das crianças?
Sim, tenho. Minha mãe (Marina Mazzelli) me ajuda muito (elas moram na mesma casa). Conto também com duas babás.
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