Pediatras alertam para os riscos do picolé de cerveja
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Médicos da Sociedade Brasileira de Pediatria estão preocupados com uma novidade que vem fazendo sucesso no verão: o picolé e o chup-chup de cerveja e cachaça.
O temor é de que os produtos facilitem o acesso de crianças e adolescentes às bebidas alcoólicas, que são ainda mais prejudiciais à saúde nesta faixa etária.

Os picolés e os chup-chups alcoólicos são vendidos em bares, sorveterias e até mesmo por ambulantes nas praias, o que fez aumentar a popularização.
A venda é permitida somente para maiores de 18 anos, mas o formato mais infantil tem aguçado a curiosidade dos mais jovens, segundo os especialistas.
Diante da preocupação com o consumo, os médicos divulgaram um documento para orientar os pais sobre os riscos. O texto ressalta que essas bebidas em formatos diferentes “são drogas com elevado potencial de gerar prejuízos ao desenvolvimento e expressamente proibidas para menores de 18 anos de idade”.
A pediatra Rachel Mocelin explicou que o álcool atinge a região frontal do cérebro, o que é um risco ao desenvolvimento de crianças e de adolescentes.
“Além dos danos já conhecidos, quem tem contato com álcool antes dos 15 anos tem predisposição quatro vezes maior de desenvolver dependência. O consumo de bebida alcoólica compromete a região do córtex cerebral e, na fase da criança e do adolescente, isso pode afetar o desenvolvimento cognitivo, emocional e social, além de causar déficit de memória”, alertou a pediatra.
Para a médica e presidente do Departamento Científico de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria, Alda Elizabeth, é preciso investir em ações de caráter educativo sobre os malefícios do uso precoce da bebida.
“Pesquisas científicas nacionais e internacionais são unânimes em apontar seus efeitos deletérios para a saúde. Acidentes automobilísticos associados ao álcool são uma das principais causas de morte em jovens de 16 a 20 anos. Além disso, estar alcoolizado aumenta a chance de atividades sexuais sem proteção, de violência sexual, de exposição às infecções sexualmente transmissíveis e o risco de gravidez”, ressaltou.
SAIBA MAIS
Vendidos até por ambulantes
Picolé alcoólico
- Os picolés e os chup-chups de cerveja e cachaça são vendidos em bares, sorveterias e por ambulantes nas praias;
- A venda é permitida somente para maiores de 18 anos, mas o formato mais infantil tem aguçado a curiosidade dos mais jovens;
- A novidade vem fazendo sucesso no verão;
Preocupação
- Médicos da Sociedade Brasileira de Pediatria temem que os produtos facilitem o acesso de crianças e adolescentes às bebidas alcoólicas, que são ainda mais prejudiciais à saúde nesta faixa etária;
- Os especialistas ressaltam que os produtos, apesar do formato mais infantil, são drogas com elevado potencial de gerar prejuízos ao desenvolvimento da criança e do adolescente;
Riscos
- O consumo de bebida alcoólica, mesmo em picolés e chup-chups, compromete a região do córtex cerebral, o que na fase da criança e do adolescente pode afetar o desenvolvimento cognitivo, emocional e social, além causar déficit de memória;
- Além disso, aumenta a chance de atividades sexuais sem proteção, de violência sexual, de exposição às infecções sexualmente transmissíveis, risco de gravidez e acidentes de carro;
Documento
- Diante da preocupação com o consumo, os médicos divulgaram um documento para orientar os pais sobre os riscos;
- O documento também cobra mais rigidez sobre a venda de bebida para menores de idade;
Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria.
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