Parques de Vitória poderão ter regras diferentes para acesso de cães
Algumas regras previstas para a permissão da entrada e permanência de animais de estimação são, por exemplo, o uso de coleiras
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Em fase de estudo e levantamento, o decreto para a permissão de cães e outros pets nos parques urbanos da capital pode ter regras diferentes para cada espaço, de acordo com a Prefeitura de Vitória. Restringir o acesso dos cães a certas áreas da Pedra da Cebola é uma possibilidade, diz a prefeitura.
Algumas regras previstas para a permissão da entrada e permanência de animais de estimação são, por exemplo, o uso de coleiras, apresentação de carteira sanitária do animal atualizada e fixação de plaqueta de identificação junto à coleira, com o nome do animal e o telefone do seu responsável.
O secretário municipal de Meio Ambiente, Tarcísio Foeger, aponta que, caso entre em vigor, o projeto será acompanhado de campanhas de conscientização aos tutores e fiscalização reforçada nos parques.
O secretário não descarta também a possibilidade de que os cães nem tenham acesso a todo o Parque da Cebola, a fim de evitar que haja impacto no comportamento de outros animais presentes no local, como os gatos abandonados que são ressocializados no parque.
“Às vezes, um grupo de medidas pode servir para um parque, mas não serve para outro. Por conta disso, estamos na fase de entender como seria a política pública. A necessidade nasceu dos tutores dos cães, que cobram o acesso às áreas verdes. Entendemos como louvável a manifestação de todos que cuidam dos gatos”.
Proposta preocupa voluntários do projeto "Gatinhos Pedra da Cebola"
A Prefeitura de Vitória estuda a possibilidade de permitir a entrada de cachorros e outros pets nos parques urbanos da capital. O acesso dos animais, contudo, causa temor em voluntários que cuidam de gatos abandonados no Parque Pedra da Cebola, na Mata da Praia.
Os voluntários do projeto “Gatinhos Pedra da Cebola” temem pela proteção dos felinos e de outros animais do local.
De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam), já existe uma proposta de decreto, com regras previstas para garantir a segurança de todos nos parques, como uso de coleira ou peitoral com guia de condução, apresentação da carteira de vacinação e focinheira para algumas raças.
Apesar das regras, a empresária e voluntária do “Gatinhos Pedra da Cebola”, Ilka Westermeyer Merçon, 38, alerta que há cerca de 50 gatos no parque, que podem ter mudanças de comportamento com a presença dos cães.
Para os voluntários, o ideal seria que a Pedra da Cebola fosse uma exceção ao decreto.
“O nosso maior medo é de que o acesso dos cães prejudique os gatos. Não temos como prever o futuro e sei que o decreto tem regras, mas já contamos com a possibilidade de alguns tutores soltarem os animais. Precisaria de muita fiscalização. Seria um pesadelo encontrá-los feridos ou até mortos”.
Ainda que não ocorram tais acidentes, a voluntária alerta que a inserção dos cães pode causar mudanças de comportamento nos gatos.
“Certamente, o acesso dos cães vai desequilibrar a colônia. Os gatos ficarão mais ariscos, vão se esconder e não teremos mais acesso fácil a eles. Eles podem até fugir para um ambiente de maior risco. Temos medo desse futuro”.
A médica veterinária Amã Obolari alerta que, no dia a dia, o controle sobre o uso das coleiras será difícil no parque.
Ela explica que, na colônia de gatos, há muitos animais que nunca tiveram contato humano ou com outros pets e, por isso, podem ficar estressados e ariscos.
“Os gatos foram abandonados. Sou ‘mãe de cachorros’, mas não é ideal que os cães frequentem a Pedra da Cebola. Há espaços com potencial para receber cães em Vitória. O trabalho no parque já tem muito tempo e ressocializar os gatos será difícil. Eles podem até fugir e serem atropelados”.
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