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Cidades

Palhaço transforma lixo em robô e faz sucesso em festas

Artista circense Tiago Cortez fala sobre o seu trabalho criativo, como o Tribuna Tron, o robô sensação no Meeting Tribuna de Educação


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Imagem ilustrativa da imagem Palhaço transforma lixo em robô e faz sucesso em festas
Tiago Cortez durante entrevista com o jornalista Luciano Rosetti, da TV Tribuna, e os “robôs” que produziu |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

“Leonardo da Vinci era multiartista. Ele gostava de tudo: escultura, pintar, tudo na arte. Eu também. A arte hoje é meu mundo. Amo fazer tudo”, conta Tiago Cortez.

Ele é o artista circense por trás do Tribuna Tron, o robô que foi sensação no Meeting Tribuna de Educação, evento realizado no último dia 23 de outubro, em Vitória.

Tiago é palhaço, perna de pau, malabarista e equilibrista. Encantado pelo circo desde quando o pai o apresentou na infância, o artista, hoje aos 44 anos, também conta que gosta de outras formas de arte, como esculturas.

“A galera na escola ficava me chamando tanto de palhaço que eu acabei virando”, brinca Tiago. “Meu pai falava quando era criança: 'Você é muito arteiro'. Eu acreditei nele”.

Seu material de produção favorito é o lixo, que, nas mãos dele, vira obras de arte, robôs e até florestas. “Olho o lixo e penso: 'Aquilo ali pode virar um braço, uma perna. Então vou andando, olhando as caçambas de lixo e pegando”.

Além do lado criativo, Tiago soube também administrar a parte empresarial. Ele é o criador do Grupo Plonic Circo e Robôs e conta que nunca ficou na informalidade. “Quando comecei a trabalhar, montei uma empresa estruturada com nota e tudo mais”.

Tiago explica que, a partir do momento que seu trabalho foi crescendo, contratou pessoas, foi “comprando” mais personagens, fez os robôs e por aí vai.

Ele também disse que faz obras sob demandas para empresas. Por exemplo, um tomate gigante para um hortifruti que foi feito em quatro dias rendeu R$ 3.500.

Para o artista, a maior dificuldade que enfrentou na carreira foi a pandemia de covid-19.

“Na pandemia, não tinha nada. Zerou tudo! Imagina passar um ano assim? Precisei do auxílio do governo. Mas eu ainda tive sorte por que consegui três trabalhos para panfletar de perna de pau”, relembra o artista.

A história de Tiago Cortez já se entrelaçou outras vezes com a da Rede Tribuna. Recentemente, foi entrevistado pelo repórter Luciano Rosetti, da TV Tribuna, e ontem esteve ao vivo no Tribuna Notícias Primeira Edição.

“Me apaixonei bem cedo pelo circo”

A TRIBUNA Como começou sua jornada no circo?

Tiago Cortez Me apaixonei pelo circo já pequeno, bem cedo. Tudo começou com o meu pai, que me levava muito para o circo. Aos 18 anos, parei numa praça e tinha um monte de artistas de circo, comecei a conversar com eles. Tinha malabares, perna de pau, era uma galera que vivia disso. Acabei me envolvendo com eles. Isso era 1999.

Depois disso, o que aconteceu na sua vida?

Um professor de circo viu que eu já tinha aprendido a andar na perna de pau e me chamou para fazer um trabalho no restaurante. Eu disse, vamos! Naquela época eu nem sabia o que era ser palhaço. Fui, fiz e já estou aí há praticamente 26 anos.

Como os robôs entram na história?

Eu estava buscando algo diferente. Estava pensando em colocar aquelas luzinhas de Natal, mas aí veio o LED. Isso foi o suficiente para abrir um mundo na minha cabeça. Comecei a pesquisar, assistir vídeos e me inspirei. A primeira coisa que fiz foi de gesso. Parecia uma armadura com os LEDs. Depois vieram os robôs, a reciclagem, fui evoluindo.

O robô Tribuna Tron é feito a partir da reciclagem. Quando essa ideia entra na sua mente?

Eu tenho essa relação com o lixo desde adolescente. Meu pai brigava comigo por pegar as coisas na rua. Mas é que olho para o lixo e vejo várias coisas que é possível fazer, como meus robôs. Uma vez me pediram pra fazer um tomate gigante e 60% da estrutura dele foi a partir de arame reciclado.

Há algo mais que você gostaria de contar para os leitores de A Tribuna?

Se tiver ação social, tipo com crianças carentes, pode me chamar que nós levamos o robozão. No mesmo sentido, faço palestras sobre lixo e reciclagem.

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