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Cidades

Paixão por figurinhas da Copa muda rotina de crianças

Após tempo de afastamento social, crianças estão tendo um gostinho especial ao retornar às ruas para realizar trocas


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Em ano de Copa do Mundo, a febre dos álbuns de figurinhas sempre retorna. Desta vez, após muito tempo afastados do convívio social devido à pandemia da covid-19, as crianças estão tendo um gostinho especial ao retornar às ruas e realizar trocas, fazer negociações ou simplesmente comprar as figurinhas para o álbum do Mundial.

Segundo a psicóloga Márcia Amorim, a interatividade presencial, que acontece em momentos de reunião para trocas de figurinhas, acaba desenvolvendo várias habilidades cognitivas da criança.

“Notamos que as crianças que estão frequentando pontos de troca desenvolveram habilidades de negociação, já que existem figurinhas muito valiosas. Outro aprimoramento é a forma que a criança se comunica”, explicou.

Além disso, outro ponto destacado pela psicóloga é o senso de comunidade gerado pelas reuniões que envolvem os familiares.

“Como sempre tem um adulto perto, isso faz com que pais se encontrem e surja uma relação bacana. A comunidade fica mais unida nesses momentos”, defendeu.

A troca de figurinhas repetidas dos álbuns de Copa do Mundo é tradição na família do servidor público Gustavo Regiani, 39.

Agora, acompanhado do filho, Gustavo Regiani, 6, ele diz que passou a dar mais valor aos relacionamentos sociais após o período do auge pandêmico.

“A oportunidade gerada pelo Mundial é ótima. Meu filho está começando a colecionar. Ele chega nos pontos de encontro querendo comprar, trocar e temos bons momentos. Ele também já conseguiu fazer várias amizades por causa dessa interação”, contou.

Imagem ilustrativa da imagem Paixão por figurinhas da Copa muda rotina de crianças
Tradição familiar: Gustavo Regiani, 39, acompanha o filho Gustavo Regiani, 6, nas trocas de figurinhas. |  Foto: Fabio Nunes/AT

Quem pensa que o costume de completar um álbum de figurinhas de futebol é coisa de menino, pode se surpreender. As meninas estão presentes em grande número nos pontos de troca e adoram colecionar e negociar.

Laura Menin, 12, diz que está tentando completar o álbum junto ao irmão mais velho. 

“Na Copa do Mundo de 2018 eu já tinha meu álbum de figurinhas e agora voltei a colecionar. Eu adoro futebol, assim como meu pai. Na minha escola, várias garotas têm o álbum e adoram jogar futebol”, comentou. 

Nas bancas de jornal, o álbum pode ser encontrado à venda por R$ 12. Já o pacote contendo cinco figurinhas custa R$ 4. 

Família envolvida

A família de Marina Dalla, 10, tem se reunido diversas vezes para levá-la aos pontos de troca. O aposentado Elias Dalla, 78, avô de Marina, acha importante a neta ter um momento fora do mundo virtual. 

Segundo Marina, é possível encontrar amigos fora da escola. Acompanhada da colega Júlia Cabral, 10, ela diz que as duas perdem a timidez ao abordar outras crianças e propor trocas de figurinhas.

Primeira Copa do filho

A Copa deste ano será a primeira acompanhada pelo João Guilherme, 7. Segundo o pai, o advogado Raúl Dutra, 38, é um momento importante para estar perto do filho.

“Quando eu tinha a idade dele também colecionava. Com o tempo, eu parei. Estou adorando voltar para ajudar meu filho na organização. Ele tem muitos colegas na escola com o álbum e tem aproveitado muito”, disse.

Imagem ilustrativa da imagem Paixão por figurinhas da Copa muda rotina de crianças
O advogado Raul Dutra com o filho João Guilherme, de 7 anos. |  Foto: Fabio Nunes/ AT

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