“O bar era sua vida”, diz filha de Dona Rosa, vítima fatal de acidente
Dona Rosa, de 67 anos, estava no carona de um carro, indo à feira com a filha e a neta. Levada ao hospital, ela não resistiu aos ferimentos
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Conhecida pela alegria e amor ao bar e restaurante do qual era dona, Rosa de Angeli Bazelate, de 67 anos, a Dona Rosa, teve seu velório marcado pela presença de amigos e familiares que prestaram homenagens.
Dona Rosa morreu na noite de domingo após acidente envolvendo nove veículos – oito carros e uma moto – na avenida Mário Gurgel, no bairro Campo Grande, em Cariacica.
Segundo testemunhas, o acidente foi causado por um veículo descontrolado que estava em alta velocidade. Dona Rosa estava no banco do carona de uma Saveiro, indo à feira com a filha e a neta de 4 anos. Ela foi levada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
A administradora Flávia Bazelate, de 45 anos, que estava dirigindo o carro no momento do acidente, contou como tudo aconteceu. “Eu não vi o impacto pelo retrovisor, apenas no último momento eu senti o choque”, contou.
O enterro de Dona Rosa aconteceu no cemitério Parque da Paz, localizado na Rodovia do Contorno. “Estamos processando tudo. Dona Rosa era uma pessoa muito generosa e alegre, e seu bar era sua vida”, afirmou Flávia.
O bar Dona Rosa, que existe 42 anos, é conhecido por seu ambiente acolhedor e comida afetiva. “Ela sempre estava recebendo todos com alegria, transmitindo essa energia aos clientes”, disse Flávia.
Ela descreveu o motorista como responsável pela tragédia: “Ele simplesmente foi um assassino, pela velocidade e quantidade de quilômetros que percorreu”.
Nas redes sociais, o Sindicato de Bares e Restaurantes de Vitória (Sindbares) e o Festival Roda de Boteco prestaram condolências, destacando o legado de trabalho e dedicação de Dona Rosa.
O Sindbares comentou: “Seu legado de trabalho árduo, dedicação e acolhimento será sempre lembrado por todos que tiveram o privilégio de conhecê-la”.
O Festival Roda de Boteco destacou o impacto duradouro de Dona Rosa na gastronomia capixaba.
Em nota, a Polícia Civil informou que o caso segue sob investigação da Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (DDT) e não há detalhes que possam ser repassados, no momento.
Em entrevista para A Tribuna, a administradora Flavia Bazelate contou mais detalhes sobre o acidente e a relação da mãe com o bar
Como a família está lidando com a perda?
A perda é devastadora. Dona Rosa era uma pessoa muito generosa e alegre. Seu bar era sua vida, e ela o tratava com muito amor. A comunidade está comovida, e nós, sua família, ainda estamos processando tudo isso.
O que pode contar sobre o acidente?
Estávamos indo ao mercado e, no momento do acidente, eu era a motorista. O carro que causou o engavetamento estava em alta velocidade e não conseguimos reagir a tempo. Não vi o impacto pelo retrovisor, apenas no último momento. Dona Rosa sofreu fraturas expostas e foi levada ao hospital, mas, infelizmente, não sobreviveu.
Como foi o atendimento após o acidente?
O atendimento foi rápido, mas a gravidade dos ferimentos de Dona Rosa era tão grande que ela não resistiu. Eu e minha filha de 4 anos fomos levadas ao hospital, mas eu estou fora de perigo. Minha filha ainda está processando a situação.
O motorista que causou o acidente apresentou alguma versão sobre o ocorrido?
Não consegui ver o motorista após o acidente. Há informações contraditórias sobre ele ter perdido o controle do veículo devido a um mal súbito, mas a velocidade era extremamente alta, e isso não parece estar de acordo com a versão apresentada.
Qual era a importância do bar Dona Rosa para a comunidade?
O bar era um ponto de encontro essencial para a comunidade. Dona Rosa sempre recebeu todos com carinho e generosidade. O bar era conhecido por seu ambiente acolhedor e comida afetiva. Ela deixou uma marca profunda na vida de muitos. No momento, estamos focados em digerir tudo pós-velório e enterro, mas, depois disso, podemos considerar maneiras de homenageá-la. Ainda estamos processando tudo. Vamos procurar a Polícia Civil também.
ENTENDA
Como foi o acidente
> O veículo da marca Jeep causou a colisão. Ele estava seguindo na avenida Mário Gurgel, no bairro Campo Grande, em Cariacica, no sentido Viana para Vitória quando começou a colidir com outros veículos na pista, no mesmo sentido.
> A colisão principal envolveu diretamente o Jeep e outros carros, resultando em um engavetamento de nove veículos.
> Um semáforo fechou e os veículos pararam. Por estar em alta velocidade e ter acabado de sair de uma curva, o motorista não conseguiu frear a tempo, atingindo e arrastando carros por cerca de 100 metros.
> O teste do bafômetro foi realizado nos condutores no local e no hospital, com resultado negativo para álcool em todos os casos, inclusive no motorista do Jeep.
Fonte: Polícia Militar.
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