Número de nascimentos é o menor em 10 anos, dizem cartórios
Dados são do período entre 2015 e 2024. Mudanças na sociedade refletem queda da natalidade
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Em uma trajetória de queda que vem se consolidando, o número de nascimentos no ES em 2024 é o menor em 10 anos, segundo os cartórios.
O levantamento entre 2015 e 2024 foi feito pelo Sindicato dos Notários e Registradores do Estado do Espírito Santo (Sinoreg-ES), que aponta que em 2024 foram registrados 50.882. Em 2018, nasciam no Estado 58.316 bebês, ou seja, 8 mil registros a mais.
A vice presidente do Sinoreg-ES, Fabiana Aurich, destacou que está havendo uma transformação profunda na sociedade, envolvendo fatores econômicos, acesso à informação e mudanças nos valores e prioridades das famílias.
“As mulheres têm priorizado a profissão, optando por não engravidar ou engravidar tardiamente. Há, agregado a isso, uma facilitação do uso de métodos contraceptivos e também o alto custo de se criar um filho, isso tem desestimulado os casais”, explica.
IBGE
Além dos dados do Sinoreg-ES, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou ontem Estatísticas do Registro Civil.
Segundo o órgão, o País registrou 2,5 milhões de crianças nascidas em 2023. Isso equivale a uma baixa de 0,7% ante 2022. Em termos absolutos, a redução foi de 19 mil. Trata-se do quinto ano consecutivo de baixa no indicador no País.
Já no Estado, os dados apontam que, desde 2018, o número de nascimentos vinha caindo, mas entre 2022 e 2023 subiu 1%.
As divergências entre os dados dos cartórios e do IBGE, segundo o órgão, podem ser explicados por diferenças nas metodologias.
O doutor em Geografia, diretor-presidente do Instituto Jones e Professor da Universidade Vila Velha, explica que há um avanço na transição demográfica brasileira e capixaba. “Na década de 40 e de 50, a gente tinha a maior parte da população residindo no campo, tendo mais filhos e mais cedo. O custo de vida não era tão alto”.
Segundo Lira, na medida que a população migrou para os grandes centros – chegando a 80% das pessoas morando nas cidades nos anos 2000 –, o custo de vida para de ter muitos filhos aumenta”.
Lira ressalta que, além disso, as pessoas estão se casando mais tarde. “Então, tudo isso leva a um avanço da transição demográfica e a mudanças no comportamento da população”.
Para ele, entre os desafios provocados por essas mudanças está o aumento da população idosa e a redução da população em idade ativa, que contribui para a economia do País.
Planejamento

A auxiliar de escritório Lorrayne Feitas Rodrigues, de 30 anos, e o autônomo Nathaniel Rodrigues Freitas, de 40 anos, hoje sentem a vida mais completa, com a chegada do pequeno Emanuel, de 1 ano e oito meses.
“Estamos casados há 10 anos, e esperamos o momento que achamos certo para ter o primeiro filho”, contou Lorrayne. Segundo ela, o casal conversa sobre tentar o segundo filho, mas eles pretendem esperar um tempo.
Fique por dentro
Registro de nascimentos em cartórios do Estado
Segundo dados do Sindicato dos Notários e Registradores do Estado (Sinoreg-ES) desde 2015, o ano de 2024 teve o menor número de registros de nascimentos emitidos no Espírito Santo.
Nascimentos no Estado
Ano - Registros
2015 - 58.316
2016 - 54.827
2017 - 56.959
2018 - 57.761
2019 - 56.386
2020 - 54.370
2021 - 53.492
2022 - 53.044
2023 - 53.526
2024 - 50.882
Estatísticas do Registro Civil
Divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os dados investigam registros de nascimentos, casamentos, óbitos e óbitos fetais informados pelos Cartórios de Registro Civil de Pessoas Naturais, bem como os divórcios declarados pelas Varas de Família, Foros, Varas Cíveis e Tabelionatos de Notas de todo o País.
Idade das mães no nascimento (%)

Mortes
> 27.173 pessoas morreram no Espírito Santo em 2023.
> 2,6% foi a queda em relação a 2022.
> 10,8% foi o aumento em relação ao número de 2019.
> 83,6% das mortes por causas não naturais (acidentes de trânsito, afogamentos, suicídios, homicídios, quedas acidentais etc.) no Estado eram de homens.
> No período de 2013 a 2023, o percentual de registros de mortes no Estado por causas não naturais entre os homens jovens de 15 a 24 anos caiu de 74,1% para 44,6%.
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