Número de mulheres na engenharia cresce 40% no Espírito Santo
Engenharia vem ganhando, cada vez mais, a presença feminina, o que tem sido, inclusive, incentivado por empresas
Há alguns anos, as áreas da Engenharia no mercado de trabalho eram ocupadas de forma predominante por homens. Com o passar dos anos, esse cenário “masculino” está, cada vez mais, dividindo espaço com as mulheres. Somente no Espírito Santo, o número de mulheres engenheiras cresceu 40% nos últimos cinco anos.
De acordo com informações do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES), atualmente são 6.479 mulheres registradas, e nos últimos cinco anos houve um aumento de 40,79% no número de engenheiras, ainda de acordo com o Crea-ES.
A conquista de mais espaço é tão importante que existe uma data no ano para celebrar esse avanço e lembrar que ainda existe muito preconceito a ser combatido: 23 de junho é o Dia Internacional das Mulheres na Engenharia, data criada pela Women’s Engineering Society (WES).
Elas são maioria entre os novos alunos de cursos de ensino superior, número comprovado pelo Censo da Educação Superior de 2020. De acordo com o levantamento, as mulheres representam 57% do número total de matrículas em instituições de ensino superior no país. No Espírito Santo, do total de 163.916 matrículas naquele ano, 93.900 dos ingressantes eram mulheres e 70. 016, homens.
Apesar de serem maioria no ensino superior, isso não se reflete em todas as áreas e a Engenharia é uma delas. A Engenheira de Minas Taynara Aguilar sentiu isso na pele ao ingressar numa turma de vinte pessoas, sendo que somente quatro eram mulheres. “Era nítido que o curso que eu escolhi era para homens. Até minha mãe falava que Engenharia de Minas era coisa de homem, mas eu não desisti e me formei na área”.
Taynara, assim como a engenheira ambiental Lara Moreira, trabalha na Elementus Soluções Ambientais, empresa capixaba da área de Engenharia e Meio Ambiente. Lara lembra que a primeira empresa em que atuou, ainda como estagiária, tinha mais de 90% da equipe formado por homens, bem diferente da Elementus, que possui em seu quadro de colaboradores 21 engenheiras de um total de 34 profissionais dessa área.
Ela acha que algumas profissões, como engenharia civil ou engenharia elétrica, por exemplo, a predominância masculina ainda é mais acentuada, situação que não se repete na Engenharia Ambiental, por exemplo, em que as mulheres já conseguiram conquistar seu espaço.
Taynara confirma essa percepção de Lara com um episódio da sua carreira profissional: “Em uma empresa em que trabalhei, indiquei uma profissional extremamente competente para uma vaga. Depois de um tempo, o coordenador me informou que nem iria chamar a candidata para entrevista, porque a empresa queria um homem para a vaga de engenheiro civil”, disse.
Apesar dessa experiência, a engenheira de Minas acredita que o mercado de engenharia está mudando e ficando mais aberto às mulheres e que iniciativas de empresas que dão oportunidades e até vagas exclusivas para o público feminino, contribuem bastante para eliminar essa barreira.
Na Elementus Soluções Ambientais, o quadro de funcionários é composto por 56% de mulheres, segundo informou o CEO & Diretor Executivo, Victor Hugo Barbosa. “Elas atuam em todas as áreas e níveis hierárquicos. Respeitamos e valorizamos as profissionais de excelência que temos em nosso time e parabenizamos todas as engenheiras por estarem conquistando, cada vez mais, seu lugar no mercado”, comentou Victor Hugo.
Comentários