Nova manobra aumenta chance de salvar vidas; saiba como fazer
Orientação antiga era iniciar por compressões abdominais. Agora, deve-se fazer 5 pancadas firmes no meio das costas
As orientações para primeiros socorros, reanimação cardiopulmonar (RCP) e emergências cardiovasculares mudaram. Antes, o protocolo orientava começar diretamente pelas compressões abdominais, a chamada manobra de Heimlich.
Agora, antes da manobra, deve-se fazer cinco pancadas dorsais firmes no meio das costas, no caso de bebês, crianças e adultos conscientes.
As alterações foram feitas pela American Heart Association (AHA), entidade que define os protocolos seguidos mundialmente em primeiros socorros.
A capitã do Corpo de Bombeiros do Espírito Santo Carla Andresa orienta que, antes de tudo, deve-se ligar para o socorro especializado, por meio do 192 ou o 193.
Para bebês, ela explica que a mudança é um pouco mais sutil. “No caso do bebê, já pedia para intercalar entre dois movimentos, entre as tapotagens (usando a base da palma da mão) nas costas e entre as compressões torácicas. Só que agora a compressão torácica é que mudou e, ao invés de ser feita com dois dedos, é com a base das mãos”.
A capitã explica os sinais de engasgo nos bebês. “Se você perceber que o bebê está sem emitir qualquer tipo de som, ficou vermelho e depois na sequência arroxeado, é porque ele está engasgado. Está com carinha de choro, mas não emite nenhum barulho, está engasgado. Tem que fazer a manobra”.
Para crianças maiores de 1 ano e adultos, o protocolo começa verificando se há obstrução total, sem tosse, som ou respiração. A mudança no protocolo é a alternância das manobras.
De acordo com a capitã, é importante inclinar os bebês na hora de fazer os movimentos porque os golpes dorsais e as compressões torácicas se beneficiam da gravidade para que o objeto ou alimento seja expelido.
De acordo com a AHA, a mudança é resultado de décadas de estudos e testes clínicos que mostram que as pancadas nas costas ajudam a deslocar o objeto antes mesmo das compressões abdominais, o que pode facilitar o desengasgo.
Em um vídeo com a filha, Elis, publicado nas redes sociais, a capitã Andresa ensina como fazer a manobra em crianças. O vídeo já tem mais de 30 milhões de visualizações.
Novas Orientações
Bebês
O bebê deve ser posicionado no antebraço, sempre com a boquinha aberta ou liberada.
Faça a pegada em formato de “C” com o antebraço, para manter a boquinha aberta e a cabecinha mais baixa que o corpo.
faça cinco golpes dorsais, no meio das costas do bebê, com a parte hipotenar da mão (parte carnuda da palma localizada na borda do dedo mínimo), que é a parte mais rígida.
Após os cinco golpes dorsais, deve-se girar o bebê para o outro antebraço, como se fosse um “sanduíche”.
Agora, deve-se fazer as compressões torácicas.
Intercala-se entre cinco golpes dorsais, no meio das costas, e cinco compressões torácicas, no centro do peito, até o desengasgo.
A capitã Andresa observa que se o bebê ficar inconsciente, é preciso colocá-lo sobre uma superfície rígida e apenas comprimir forte e rápido no centro do peito com a base de uma das mãos.
Crianças
A capitã Andresa fez um vídeo com a filha, Elis, para explicar como deve ser feita a manobra em crianças.
No caso de crianças acima de 1 ano, elas devem ser um pouco inclinadas para a frente.
Deve-se posicionar ao lado da criança e ajoelhar-se para ficar na mesma altura que ela.
Fazer os cinco golpes dorsais no meio das costas, cinco tapotagens (usando a base da palma da mão) bem fortes.
em seguida, fazer as cinco compressões abdominais. Então, feche a mão, posicione um pouco acima do umbigo, abrace com a outra mão e faça cinco movimentos bem fortes para dentro e para cima, como se você quisesse desenhar a letra “J”, com movimentos bem fortes.
vai intercalando cinco golpes nas costas com cinco compressões abdominais até o desengasgo.
Se a criança ficar inconsciente, você pode deitá-la sobre uma superfície rígida e iniciar as compressões fortes e rápidas no centro do peito com apenas uma das mãos, que é a reanimação cardiopulmonar.
Adultos
No caso de adultos, é a mesma coisa que a criança, só que a força aplicada é maior. “Tem que fazer com muita força e vai intercalando até o desenhado. Se o adulto ficou inconsciente, também deita ele numa superfície rígida no chão e inicia as compressões no centro do peito, com as duas mãos”, informou a capitã Andresa.
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