Nova legião de voluntários durante pandemia do novo coronavírus

As voluntárias Fernanda Cacholi, Luciana Emerick e Pollyana Torezani em ação solidária do projeto “Faça o Bem” |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

Em meio a um momento delicado, no qual a crise causada pela Covid-19 agravou as condições de vida de muitas famílias, a solidariedade acabou despertada de forma intensa. Novos voluntários de projetos sociais surgiram e pretendem continuar com ações após a pandemia.

Foi o que aconteceu com cinco amigos, que, juntos, decidiram criar o projeto “Faça o Bem”. Hoje, com seis voluntários, o grupo ajuda 30 famílias de Cariacica, doando cestas básicas, material de higiene, roupas, e outros itens. Também são beneficiadas com o projeto, cerca de 130 crianças.

Sexta integrante do grupo, a corretora de imóveis Pollyana Torezani, de 34 anos, explica que as famílias beneficiadas, que possuem de 4 a 5 filhos, em média, precisam de muito apoio.

“Eu me sinto na obrigação de ajudar. Gosto de me sentir assim, de me doar mesmo. Não consigo olhar para o lado e ver que tem gente precisando de ajuda e não fazer nada. Vou continuar ajudando, mesmo com o fim da pandemia”.

Também voluntária no projeto, a professora Luciana Emerick, 38, decidiu participar das ações após passar por um momento de profunda tristeza.

“Estava me sentindo muito sozinha e resolvi fazer desse momento ruim um gatilho para ajudar outras pessoas. Deu certo. Minha maior alegria é ver o sorriso de uma criança após receber nossas doações”, disse a professora.

Com atuação na Grande Vitória, o projeto “Abençoados em Ação” tem como missão “diminuir desigualdades sociais com ações voluntárias”. Desde que foi criado, em abril deste ano, arrecadou seis toneladas de alimentos. Mais de 300 famílias em 10 bairros já foram beneficiadas.

“São amigos e familiares que já tinham o hábito de ajudar as pessoas. Quando veio a pandemia, decidimos criar o projeto. É muito gratificante, pois temos a sensação de dever cumprido”, contou uma das criadoras do grupo, a estudante Mariana Cerillo, 24.

Além dos grupos, as igrejas também contam com ajuda de fiéis para doações nos bairros. Na Igreja Evangélica Batista de Vitória (IEBV), as ações começaram no início da pandemia, com doação de máscaras e cestas básicas.

“Hoje, temos cerca de 150 colaboradores que doam alimentos. Fazemos as cestas e entregamos as pessoas que necessitam, pois esse é o papel da igreja. Ela existe para amparar os necessitados”, contou o pastor Deivison Nogueira.

Projetos já ajudaram 2.840 pessoas

voluntárias do projeto “Abençoados em Ação” mostram as cestas doadas |  Foto: Acervo do projeto “Abençoados em ação”

Desde o início da pandemia, pelo menos, 2.840 pessoas foram beneficiadas pelas doações de novos voluntários que se solidarizaram com a situação de famílias na Grande Vitória.

Além disso, foram arrecadadas e doadas 19 toneladas de alimentos, segundo os organizadores dos projetos ouvidos pela reportagem de A Tribuna.

Só na Igreja Evangélica Batista de Vitória (IEBV), desde o final de abril, foram arrecadadas e doadas cerca de 12 toneladas de alimentos e duas mil máscaras, segundo o pastor Deivison Nogueira.

“O papel da igreja é ser luz, amparar quem necessita, o que é entendido perfeitamente pelos nossos fiéis. Por isso, desde o início da pandemia, estamos recebendo diversas doações de alimentos”.

Composto por 30 voluntários, o projeto “Abençoados em ação” ganhou vida após um de seus fundadores ficar sabendo do caso de uma família de oito pessoas que passava por dificuldades em Cariacica.
Desde 1º de abril deste ano, quando foi criado, o grupo já ajudou cerca de 350 pessoas. Destas, 150 eram crianças.

“Arrecadamos seis toneladas de alimentos e doamos para famílias que moram em 10 bairros da Grande Vitória. A intenção é continuar, mesmo após a pandemia”, conta uma das fundadoras, a estudante Mariana Cerillo, de 24 anos.

Já o projeto “Faça o Bem” arrecadou, de abril a agosto deste ano, cerca de uma tonelada de alimentos e ajudou 540 pessoas.