Nova ferrovia vai passar em 6 cidades do ES e criar 1.500 empregos
Começo do investimento é previsto para 2024, quando o processo de licenciamento será iniciado. Projeto vai abrir 1.500 vagas
Escute essa reportagem
Aguardado com muita expectativa pelo setor produtivo, foi anunciado na última quarta (12) os avanços e o cronograma para a implantação do Ramal Anchieta, uma extensão da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) entre Santa Leopoldina e Anchieta.
A nova ferrovia vai passar por seis municípios – Santa Leopoldina, Cariacica, Viana, Vila Velha, Guarapari e Anchieta – e abrir 1.500 empregos.
O projeto prevê uma linha tronco com extensão de cerca de 80 quilômetros e uma conexão com o Porto de Ubu e pátio ferroviário, totalizando aproximadamente 20 quilômetros de extensão.
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação anuncia concursos com 814 vagas
No início de 2024, com a conclusão dos estudos, a Vale deve entrar com o pedido de Licenciamento Ambiental Prévio e realizar estudos complementares para obtenção da Licença de Instalação.
A apresentação foi ontem no Palácio Anchieta, com as presenças do governador Renato Casagrande; do vice-governador e secretário de Estado de Desenvolvimento, Ricardo Ferraço; representantes da empresa; lideranças empresariais; e outras autoridades.
O diretor de Assuntos Regulatórios da Vale, Marcelo Sampaio, declarou que a partir do momento em que tiver todas as licenças e a liberação das áreas para as obras, o prazo de implantação da ferrovia é de cerca de 60 meses.
Hotel ou shopping no Pavilhão de Carapina
Para Ricardo Ferraço, será um grande horizonte de oportunidades para a Região Sul. “No primeiro momento, chegamos ao polo industrial de Anchieta e no segundo momento, queremos chegar à divisa com o Rio de Janeiro, onde teremos o complexo do Porto Central”.
Lúcio Dalla Bernardina, diretor do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado (Sindifer), citou alguns cargos que são demandados, como engenheiros civil, mecânico, de segurança do trabalho, além de técnicos de manutenção, de segurança do trabalho, de topografia.
Também haverá vagas para motoristas e operadores de máquinas, entre outros profissionais.
O deputado estadual Tyago Hoffmann, presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Construção da Estrada de Ferro 118 (EF-118) e do Porto Central, destaca que além dos empregos diretos, haverá os indiretos.
“São R$ 6 bilhões de investimentos. Nós estamos falando de muitas contratações, de muitas empresas que vão prestar serviço e que irão fornecer produtos e serviços para que essa obra aconteça”.
Empresário cobra uso para cargas em geral na via férrea
O superintendente do Sindicato das Empresas de Transportes rodoviário de Cargas e Logística no Estado (Transcares), Mario Natali, elogiou o anúncio do cronograma, mas está na torcida, vislumbrando o outro eixo complementar, com esse novo ramal ferroviário chegando até Presidente Kennedy, na expectativa de que o Porto Central, de águas profundas, saia do papel.
Ele também defende a diversificação do escoamento das cargas para tornar o Espírito Santo mais competitivo. “Você não pode se dar ao luxo dedicar linha férrea só com produtos típicos da Vale. É preciso diversificar a Ferrovia Vitória a Minas com outras cargas, melhorar a logística cada vez mais”.
Sobre isso, a Vale informou que a ferrovia tem previsão de transporte de carga geral, não só da mineradora.
Destacando que a ferrovia dá dinamismo a uma região, o governador Renato Casagrande falou também sobre a logística eficiente e que atrai empreendimentos.
“O Porto de Ubu poderá ser muito mais dinamizado. Outros empreendimentos poderão surgir, não só com relação a transporte de cargas ligadas a petróleo, a minério, a combustível, a grãos, mas também poderá ser transporte de passageiros”, disse Casagrande.
Cris Samorini, presidente da Findes, diz que o ramal Anchieta potencializará de imediato o desenvolvimento da região Sul, com estímulo à criação de emprego e renda, além de impulsionar o crescimento de atividades portuárias em Ubu e contribuir para viabilizar projetos como o do Porto Central.
“A implantação da ferrovia trará ganhos socioeconômicos para todo o Estado e vai melhorar a conexão logística para setores como de rochas ornamentais, fertilizantes, alimentos, indústria de aves e suínos, siderúrgico e mineral, petróleo, gás e energia; e para a estruturação da rede de equipamentos logísticos já existentes no Espírito Santo e potenciais futuros projetos”.
SAIBA MAIS
1º Eixo: Ramal Anchieta
Foi apresentado ontem o cronograma para a implantação do Ramal Anchieta, uma extensão da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) entre Santa Leopoldina e Anchieta.
Ao longo do traçado serão construídas obras, como túnel ferroviário e viaduto, que visam garantir a mobilidade e a segurança dos moradores das comunidades. As obras irão passar nas estradas ES-080, BR-101, ES-388, ES-477, Rodovia Jones dos Santos Neves e ES-060.
Cronograma
No início do próximo ano, com a conclusão dos estudos, a Vale deve entrar com o pedido de Licenciamento Ambiental Prévio junto aos órgãos competentes e também realizará estudos complementares para obtenção da Licença de Instalação.
O cronograma geral da execução das obras é de aproximadamente 60 meses.
2º Eixo
A Vale também se comprometeu a doar o projeto básico da Ferrovia Kennedy, um trecho de 87 quilômetros que liga o Ramal Anchieta ao município de Presidente Kennedy, que representa o primeiro trecho da EF-118.
A previsão é que o projeto seja doado ao governo do Estado em 2024.
Comentários