Mulheres vão fazer curso para pilotar com segurança
Detran vai ofertar na próxima semana aula presencial e de graça com o objetivo de dar mais autonomia às motociclistas
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Mulheres habilitadas na categoria A da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) vão participar de um curso gratuito e exclusivo para o público feminino na próxima quarta-feira.
A ação, promovida pelo Departamento de Trânsito do Estado (Detran-ES), faz parte da programação do Movimento Maio Amarelo, de conscientização no trânsito, e tem como objetivo dar mais autonomia e segurança às condutoras.
Ao todo, foram disponibilizadas, desde terça-feira, 30 vagas com inscrição pelo site do Detran (detran.es.gov.br). As vagas já foram preenchidas. As aulas serão presenciais, no dia 24 de maio, das 8 horas às 17h30, no Centro Metropolitano de Provas Práticas de Direção Veicular do Detran-ES, no Pavilhão de Carapina, na Serra.
Hoje, no Estado, já são 238.853 condutoras habilitadas na categoria A, segundo o Detran. Especialistas destacam que este número tem crescido ano a ano.
“Hoje, as mulheres habilitadas na categoria A já representam mais de 7 milhões de carteiras no País. Elas também representam um número menor quando observamos os índices de mortalidade e acidentalidade”, ressaltou a especialista em Segurança e Educação no Trânsito Roberta Torres.
Para a professora de Engenharia Civil da Universidade de Vila Velha (UVV), especialista em Engenharia de Transportes, Gesiane Silveira Pereira, os fatores que levam ao aumento da procura pela habilitação são diversos.
“Deve-se à facilidade de locomoção no trânsito e ao baixo custo em relação a outros veículos. A liberdade trazida por um modo de transporte próprio e maior inserção feminina no mercado de trabalho são outros pontos”, destacou.
A advogada especialista em Trânsito Ana Cecília Carneiro considera a ação do Detran bem-vinda.
“As mulheres são mais cautelosas e atenciosas no trânsito. Mesmo assim, algumas orientações são importantes, como a forma de se vestir ao pilotar a moto. Não se pode pilotar de salto alto ou tamanco, e não é seguro que elas estejam de vestidos longos ou bolsas grandes a tiracolo”, orientou.
“Há um aumento da procura pelas motos, e as mulheres têm buscado a adição da categoria A Ana Cecília Carneiro, Advogada e especialista em Trânsito
Apesar de ter sido mais comum encontrar mulheres na direção de veículos, elas ainda sofrem com o preconceito de gênero ao ocuparem essa posição.
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“Precisamos promover mais informação para que as mulheres não só tenham acesso à carteira, como também aperfeiçoem suas técnicas”, defendeu Roberta Torres.
“As mulheres são mais atenciosas e as ações para aperfeiçoar a condução são muito bem-vindas Roberta Torres, Especialista em Segurança e Educação no Trânsito
Cautela que evita acidentes
A policial penal Priscila Vidon, 42, é motociclista há 13 anos, e a administradora Evania Simoura, 47, há 20. As duas nunca sofreram acidente pilotando, e acreditam que mais mulheres nas motos significa mais segurança no trânsito.
“Temos, por natureza, mais cautela, e é mais difícil encontrarmos mulheres com relatos de acidente”, opinou Priscila.
“Acredito que esse aumento no número de motociclistas mulheres seja a busca pela independência. Realmente vemos mais mulheres pilotando hoje em dia. Não queremos esperar por carona mais”, acrescentou.
Praticidade para ir trabalhar
Indo para o trabalho todos os dias sobre duas rodas, a contadora Alice Bedoni Milholo, de 32 anos, optou pela moto há cerca de três anos devido à praticidade.
“Eu moro na Serra e comecei a trabalhar em Vitória. Tinha a necessidade de estar no trabalho muito cedo. A moto foi a opção mais acessível que encontrei”.
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