X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Cidades

Mudança de vida: “Troquei a vassoura por uma caneta”

Depois de atuar como faxineira, Maria Aparecida Prates, de 45 anos, tomou posse como coordenadora em creche de Cariacica


Imagem ilustrativa da imagem Mudança de vida: “Troquei a vassoura por uma caneta”
Maria Aparecida com turma de alunos da creche municipal do bairro Jardim de Alah: “Realização de um sonho”, diz |  Foto: Antonio Moreira/AT

Um mangue no bairro Jardim de Alah, em Cariacica, virou uma escola, o Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Abílio Luiz Fagundes, e também um espaço transformador de histórias. 

Uma delas foi a da Maria Aparecida Prates Botelho, de 45 anos, conhecida como “Kôka”, que hoje é coordenadora da creche. Antes de assumir o cargo, ela foi voluntária e faxineira.  

“Troquei a vassoura pela caneta”, conta a ex-auxiliar de serviços gerais. As raízes da troca são de 2015, quando a diretora da época e também atual, Elorania Kellis Ahnert Gaigher, 44 anos, incentivou Kôka a cursar Pedagogia. 

De forma surpresa, Elorania e outra funcionária da escola a inscreveram em um vestibular, já que Maria Aparecida não tinha condições financeiras de pagar uma faculdade.

Foi então que a atual coordenadora se agarrou ao sonho de fazer um curso superior e conseguiu 50% de desconto na mensalidade. Como presente, a própria Elorania arcou com o restante das despesas.  

“Ela me deu a graduação. O Cmei é uma escola de educação infantil, mas formou uma pedagoga”, conta, emocionada.

Imagem ilustrativa da imagem Mudança de vida: “Troquei a vassoura por uma caneta”
Maria Aparecida e Elorania: apoio |  Foto: Antonio Moreira/AT

Durante a trajetória de Kôka como auxiliar de serviços gerais, que começou em 2011, o carinho pelos alunos e a sua vontade de participar conquistou a todos no local. 

Maria Aparecida, que atuava também como voluntária desde a criação da escola, em 2009, fazia um pouco de tudo: contribuía com a limpeza durante a carga horária e, depois, ajudava a cuidar do jardim e a pintar o que precisasse. 

Elorania conta que a ajuda foi de coração, por gratidão a tudo o que ela fazia pela escola. “Achava aquilo tão fantástico que as crianças mereciam ter um profissional como ela na educação, com garra. Isso vai fazer as crianças sonharem também”, diz a diretora. 

Com a ajuda, Kôka conseguiu se formar em Pedagogia, em 2018. Depois, se sentiu motivada a continuar estudando: fez pós-graduação em Neuropsicopedagogia e se formou em um outro curso superior, Licenciatura em Educação do Campo, pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). 

Em 2019, foi professora de uma escola em Viana. Em seguida, passou em um concurso municipal em Cariacica, pelo qual, na última semana, tomou posse como coordenadora do Cmei Abílio Luiz Fagundes. “É muito emocionante. Uma sensação de dever cumprido e realização de um sonho. A escola é um pedacinho da minha casa”, comemora.


“É um pedacinho da minha casa”


O carinho e a dedicação da coordenadora escolar Maria Aparecida Prates Botelho,  45 anos, conhecida como “Kôka”, abriram portas para que ela crescesse profissionalmente e chegasse até o atual cargo.

Mãe de três filhos e avó de uma neta, ela acompanhou as transformações do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Abílio Luiz Fagundes, desde a sua criação.

A Tribuna – Como começou a ter contato com a escola?

Maria Aparecida Prates Botelho – Eu estava no local antes de ter o Cmei, quando ainda era mangue. Moro em Rio Marinho, perto da escola, há 35 anos. Naquela época, eu era só voluntária e vinha capinar o espaço. Depois de dois anos, tive a oportunidade de trabalhar na limpeza, quando me ofereceram para ficar 30 dias e acabei ficando por cinco anos. 

Por que tem tanto carinho pelo colégio?

Eu sentia amor pela escola desde o início, porque foi uma luta para a comunidade ganhá-la – foi o primeiro Cmei da região. Minha mãe, que hoje está com 91 anos, costurou almofadinha para o colégio e minhas filhas cresceram nele. É um pedacinho da minha casa.

Sempre foi seu sonho atuar na área da educação?

Não foi meu sonho de infância, mas depois que entrei na escola infantil, foi amor à primeira vista.

É importante ter oportunidades. Se não fossem essas boas ações, eu não estaria aqui formada. Elas não mudam somente a vida da pesssoa, mas a da família inteira.

Como foi o processo de voltar a estudar?

Foi uma emoção muito grande, porque havia  22 anos que eu estava sem estudar.  

Você trabalhou em outras escolas depois de formada?

Fiquei dois anos trabalhando como professora em Viana, no Cmei Professora Biluca.

Quais são suas metas? 

Meu sonho agora é o mestrado. Não devemos parar de estudar.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: