Moradores reclamam de pipas com cerol em Camburi
Encontro que acontece às terças-feiras, na areia da praia, causa preocupação pelo uso da substância nas linhas das pipas
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Antiga brincadeira de criança que permanece popular até hoje, as pipas têm sido motivo de encontro de jovens na orla de Camburi, em Vitória. Mas a prática irregular da brincadeira, com o uso de cerol, tem preocupado moradores da região.
Em um grupo de mensagens, os moradores de bairros como Mata da Praia e Jardim Camburi se queixam da desorganização desses encontros, da falta de fiscalização das atividades e do perigo oferecido pelo uso de cerol, substância altamente cortante aplicada nas linhas das pipas.
Os encontros do chamado Festival de Pipas da Praia de Camburi não são novos e costumam acontecer especialmente durante o período das férias escolares, às terças-feiras.
Uma foto que circula no grupo de mensagens dos moradores mostra o dedo de uma jovem coberto de sangue após ela se cortar com uma linha de cerol que estava embolada nos bancos do calçadão.
Em outra mensagem, um morador chama a atenção para a quantidade de pessoas reunidas. “O grupo está cada vez maior. Já contei umas 200 pessoas soltando pipa por ali”, escreveu.
O morador acrescenta que quem pratica beach tennis no local não tem conseguido acessar as quadras devido à ocupação do espaço por quem solta pipa.
A coordenadora de Esportes e Lazer da Associação de Moradores da Mata da Praia (AMMP), Edelza Villa Flor Brunoro, explica que a concentração costuma ocorrer nas proximidades do último posto da orla, à noite.
“As queixas são especialmente em relação às linhas com cerol. Elas são perigosas e geram risco para quem passa pelo calçadão”, apontou. Ela notou um aumento significativo na quantidade de crianças e adolescentes no evento.
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O presidente da Associação Comunitária de Jardim Camburi, Bruno Malias, pontua que, apesar de ser realizada em um espaço aberto, a pratica gera impactos para quem está fazendo outras atividades.
Por outro lado, ele enfatiza a importância de regulamentar os eventos com pipas, sem proibi-los. “Precisamos encontrar uma maneira de regulamentar essa prática na cidade de maneira que as pessoas que estejam dentro das regras possam soltar pipa”.
Prefeitura diz que cerol é proibido, mas evento não
Em nota, a Prefeitura de Vitória informou que “enxerga com bons olhos a prática da modalidade, desde que realizada de forma segura e organizada na orla”.
A nota ressalta que, na capital, a lei nº 8.670, de 2014, proíbe o uso de cerol ou de qualquer outro tipo de material cortante nas linhas de pipas e de semelhantes artefatos lúdicos, para recreação ou com finalidade publicitária.
Por esse motivo, a Secretaria de Desenvolvimento da Cidade e Habitação informou que não há necessidade de alvará de eventos. A prefeitura alega que tem fiscalizado os encontros.
“Para organizar a atividade e garantir a segurança dos presentes, a Sedec e a Guarda Civil realizam ações integradas em relação à proibição de utilização e venda de materiais cortantes. O grupamento de Trânsito orienta motoristas para não estacionarem em locais proibidos durante esses encontros”.
RECLAMAÇÕES
Moradora teve o dedo cortado após mexer em uma linha de pipa com cerol que estava no banco do calçadão.
Lixeira da orla de Camburi foi filmada cheia de linhas de pipa. Segundo os moradores, elas estavam com cerol.
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