Moradores querem limites para construção de novo condomínio em Guarapari
Maior preocupação é quanto ao impacto ambiental do projeto na Enseada Azul, que foi aprovado pela maioria no Conselho do PDM
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O projeto para construção de um condomínio na região de Guaibura, na Enseada Azul, em Guarapari, está deixando moradores do local preocupados.
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É que a primeira apresentação do empreendimento prevê 76 unidades de apartamentos compreendidas em seis torres com dois e três pavimentos no Morro de Guaibura, local de preservação ambiental, segundo os moradores.
No Conselho do Plano Diretor Municipal (PDM), o projeto foi aprovado pela maioria, o que aumenta a preocupação.
“É um costão rochoso, onde vivem animais que só se reproduzem naquele ambiente. Dependo da condição, principalmente na ressaca, o mar invade a pedra, e mantém o habitat desses animais. É uma área de restinga preservada”, disse o presidente da Associação de Moradores da Enseada Azul (Ameazul), Sérvulo Clermont.
“No Conselho do PDM, todos que votaram a favor são curiosamente ligados à prefeitura. Foi uma votação apertada, e a outra parte dos conselheiros foi contra. E isso nos preocupa muito”, completa.
A própria associação contestou o laudo do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf-ES), que inicialmente emitiu decisão favorável para a edificação do empreendimento.
“A Ameazul já contestou o laudo que o Idaf emitiu positivamente autorizando a supressão da restinga, já que no local há olho d’água e mangue, que não estavam no laudo. O Idaf solicitou ao empreendedor que fizesse exame florístico e que delimitasse onde realmente estão as espécies em extinção, o mangue e tantas outras vidas que existem naquela localidade”, disse Sérvulo.
A Prefeitura de Guarapari, através da Secretaria de Análise e Aprovação de Projetos (Semap), confirmou que o projeto foi aprovado pelo Conselho do PDM e pela Semap, com o cumprimento das exigências de aprovação que passam pelo estudo de impacto de vizinhança, com audiência pública, e esclarece que haverá debate público e audiência junto à Câmara de Guarapari para que todos possam ser ouvidos.
Procurado, o Idaf não esclareceu sobre o laudo emitido, se continua favorável ou não.
OPINIÕES
"Ficamos espantados com as primeiras aprovações. O município vai desconsiderando muitos pontos importantes, e tudo precisa ser melhor avaliado". Sérvulo Clermont, presidente da Ameazul e empresário.
"O desenvolvimento é irreversível, mas queremos tudo dentro da lei. O bairro não tem rede pluvial ou de esgoto. Empreendimento terá fossa e vai contaminar o lençol freático?" Edmundo Araújo, vice-presidente da Ameazul.
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