Moda do “cabelo nevado” nas ruas
Tom platinado tem feito a cabeça de homens de todas as idades, de acordo com barbeiros
Escute essa reportagem
Basta uma volta pela Grande Vitória e já é possível notar que o cabelo platinado, conhecido como “nevado”, tomou conta das ruas.
Quem pensa que a estética do “nevou” é apenas dos jovens está enganado. O barbeiro Wictor Brito conta que atende clientes de até 40 anos, além de crianças.
“A moda se tornou mais popular entre os homens no fim do ano passado. Pelo fato de a cor branca simbolizar paz, os clientes aderem muito nas festas de fim de ano e acabam procurando também no verão, para o Carnaval”, explicou.
Com origem nos subúrbios de grandes capitais, a tendência do cabelo “nevado” é democrática, de acordo com Brito.
“No começo, havia muito preconceito, mas hoje são tempos diferentes e a demanda das pessoas que procuram não tem idade e continua alta para o verão”, disse.
O termo “nevou” é utilizado por jovens para classificar o tom de cor embranquecido dos cabelos. A palavra remete ao efeito branco no topo da cabeça, quando se está exposto à neve.
O barbeiro Marcus Vinícius Souza afirma que todos os tipos de cabelo podem ficar platinados, porém, é necessário realizar uma avaliação profissional para verificar a saúde dos fios, já que o procedimento é agressivo.
Segundo ele, na Grande Vitória, a média de preços para o serviço varia entre R$ 80 e R$ 150. “O tamanho do cabelo e o tipo de corte, caso haja, também influenciam no valor”, destacou Marcus Vinícius.
Para chegar ao tom “nevado”, ele explica que os profissionais usam uma tintura feita com pó descolorante e água oxigenada 40 volumes, que ficam nos fios por até duas horas e meia.
O técnico de edificações Alexandre Rodrigues Silva, 24, decidiu modificar o cabelo no final do ano, para as festas de Réveillon.
“Fiz com o Wictor e o Marcos, para passarmos a virada de ano em outra cidade. Todo final de ano gosto de dar uma diferenciada no meu cabelo”, explicou Alexandre. Ele contou que chegou a tentar fazer uma modificação no cabelo por conta própria, mas o resultado não foi bom.
“Fiz em casa, mas não deu muito certo. No ano seguinte, fui a um salão. Virei o ano 'nevado' e, no sábado, pintei de rosa. Estou pensando em deixar assim até o Carnaval”, relatou.
Tintura exige cuidados
O processo de descoloração dos fios é um dos mais agressivos para os cabelos, de acordo com especialistas.
A tricologista Cristal Bastos explica que o descolorante age na fibra capilar, abrindo as cutículas do fio, retirando não só o pigmento que existe lá, mas também nutrientes.
“Isso provoca alterações na queratina e nas ceramidas, deixando os cabelos ásperos, sem brilho, frágeis e quebradiços”, detalhou a profissional, que também faz um alerta.
“É muito importante que o processo seja feito com um especialista, que faça o teste de mecha para ver se o cabelo suporta passar por esse processo e que saiba respeitar o tempo de pausa, pois pode ser que o cabelo não aguente, que haja corte químico e que caia”, explicou Cristal.
A dermatologista Brunella Tozzi afirma que é preciso avaliar se os cabelos estão em condições de receber a química, sem danos.
Além disso, segundo ela, se os cabelos ficam mais frágeis após a descoloração, a pessoa precisa hidratar, além de usar produtos específicos para fios descoloridos.
“Para manter a cor, é importante evitar o excesso de exposição ao sol, sal e cloro, e também utilizar xampu, para evitar que o cabelo fique esverdeado ou amarelado”, recomendou a médica.
Comentários