Menino de 6 anos dá os primeiros passos após cirurgia inédita
Muitas crianças sonham em ganhar brinquedos, outras querem roupas ou passeios. Mas neste Dia das Crianças, o pequeno Kauan Tesch ganhou muito mais: a oportunidade de dar seus primeiros passos.
Kauan passou por uma cirurgia, no ano passado, com um método, na época inédito no Estado, chamado Ilizarov, para que tivesse a esperança de poder andar. No último dia 28 de setembro, ele deu os primeiros passos na vida.
O menino nasceu com um problema congênito, chamado artrogripose, que provoca má formação nas articulações e ele já teve diversas fraturas nos braços e pernas.
A cirurgia foi realizada no Hospital Meridional Cariacica. Hoje ele completa 6 anos e pode, enfim, ao lado dos pais, os lavradores Indiara Tesch Salomão, de 26 anos, e Silésio Schulz, de 34, e do irmão Kaio, de 2, comemorar o resultado do procedimento.
O jornal A Tribuna contou no ano passado a história do pequeno, logo após ter passado pela cirurgia. Sua mãe relatou que por causa da rigidez nos joelhos e os pés tortos, o filho não conseguia andar.
Foi por causa de uma osteomielite (infecção nos ossos por bactéria), que o menino precisou ser hospitalizado no ano passado. Durante o tratamento, teve a oportunidade de passar pela cirurgia de reconstrução dos membros inferiores.
“Com uma semana de vida descobrimos que ele tinha artrogripose. Começamos a procurar por tratamento, mas nunca tivemos respostas. Quando nos foi oferecida a proposta de mexer na perninha dele, tivemos esperança dele andar, mas sabíamos que não seria fácil. Mas nunca perdemos a fé”, conta Indiara.
Segundo ortopedista Diego Sant Anna Faria, da Rede Meridional, o tratamento cirúrgico para correção de deformidade congênita rara pelo método de Ilizarov é baseado em alongamento ósseo gradual e controlado por meio de fixadores externos.
De acordo com o ortopedista, o método de Ilizarov, utilizado em Kauan, consiste em reconstituir os membros, colocando um aparelho fixador externo circular, que passa por regulagens através de mecanismo de motores e dobradiças.
O médico explicou que a deformidade já é perceptível desde o nascimento da criança.
“Após a cirurgia, é preciso que o paciente seja acompanhado por uma equipe multidisciplinar para que consiga andar. O tratamento tem como objetivo proporcionar qualidade de vida”.
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