Matrículas em cursos presenciais caem no País
Modalidade segue em queda e foi quase superada pelo ensino a distância em 2023. Ao todo, 9,9 milhões fazem curso superior
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O número de matrículas em cursos presenciais de ensino superior segue em queda no Brasil e foi quase superado pela modalidade a distância em 2023. Os dados foram divulgados ontem pelo governo Lula.
Dos 9,9 milhões de estudantes que estão no ensino superior, 4,9 milhões estudam em cursos a distância, o equivalente a 49% dos matriculados. Outros 5,06 milhões estão em cursos presenciais.
Desde 2020 o Brasil registra mais estudantes ingressando em cursos a distância do que em graduações presenciais. Em 2023, 66% dos 4,9 milhões que entraram no ensino superior foram para cursos EAD (educação a distância).
Os números de ingressantes correspondem à quantidade de estudantes que entraram no curso no ano em questão, enquanto os matriculados dizem respeito a alunos em qualquer etapa da graduação.
O ministro da Educação, Camilo Santana, tem criticado a expansão do EAD no ensino superior.
O alvo principal das críticas do ministro são os cursos de licenciatura dentro dessa modalidade, o que levou o governo a restringir os cursos de licenciatura e pedagogia a somente 50% de carga horária on-line, conforme diretrizes publicadas em maio.
No ano passado, o Ministério da Educação (MEC) suspendeu por 90 dias os processos de credenciamento de novos cursos de ensino superior a distância em 17 áreas, entre elas direito e medicina e todas as licenciaturas.
Em junho deste ano, a pasta publicou uma portaria que suspendeu a criação de novos cursos de graduação 100% a distância, tendo até o dia 10 de março de 2025 para revisar os instrumentos de avaliação da graduação na modalidade.
O diretor de estatísticas do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Carlos Eduardo Moreno, avalia que, se for mantida a tendência atual, já no próximo ano o Brasil deve ter, pela primeira vez, mais alunos em cursos a distância.
Nos últimos anos, empresários e donos de faculdades particulares conseguiram uma série de mudanças na legislação brasileira, que permitiram a ampliação dos cursos a distância.
Uma das últimas vitórias do grupo nessa questão ocorreu durante o governo de Jair Bolsonaro, com a liberação para que os cursos presenciais pudessem ter até 40% da carga horária preenchida com aulas a distância.
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