Mais rigor contra bloco clandestino em Vitória
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A Prefeitura de Vitória e a Polícia Militar afirmaram no domingo (2) que vão agir com mais rigor contra blocos de rua clandestinos na capital.
O anúncio foi feito depois que uma festa clandestina no Triângulo das Bermudas, na Praia do Canto, em Vitória, terminou com a prisão de dois traficantes e apreensão de nove caixas de som, além de 11 multas para veículos por som alto.
Organizado pela internet, o evento reuniu cerca de 10 mil pessoas e só terminou na madrugada de ontem, de acordo com o secretário municipal de Segurança Urbana, Fronzio Calheira Mota.
Segundo ele, o baile não foi autorizado, mas a prefeitura tinha conhecimento do evento e, por isso, convocou uma reunião com representantes do comércio, donos de bares, Polícia Militar e secretarias de Meio Ambiente e Serviços Urbanos, além de moradores da região.
“Fizemos tudo que foi planejado nas reuniões. A fiscalização atuou com uma equipe de 50 profissionais. Por uma questão de segurança, os agentes ficaram nas extremidades, para não serem agredidos, mas estavam presentes”, explicou.
Já o presidente da Associação dos Comerciantes da Praia do Canto, Cesar Saade, disse que os comerciantes estão avaliando levar o caso ao Ministério Público.
Segundo ele, a alegação é que, embora tivessem conhecimento do evento não autorizado, a prefeitura e a PM não conseguiram impedir a sua realização.
O presidente do Sindicato dos Restaurantes, Bares e Similares (Sindbares) e da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, Rodrigo Vervloet, disse que, devido à situação caótica e à desordem, muitos bares e restaurantes da região nem conseguiram abrir suas portas.
Por meio de nota, a PM afirmou que manteve o policiamento reforçado na região durante a festa, com efetivo da Força Tática, para evitar crimes. Citou, inclusive, que um menor foi abordado e com ele foi apreendida uma pistola, de calibre 380, com 17 munições.
Destacou ainda que, sempre que solicitada, presta apoio às ocorrências, como nas fiscalizações de som ambiente.
“Eles já estão sendo penalizados”
A Tribuna – O que foi discutido nas reuniões com os moradores da Praia do Canto?
Fronzio Calheira Mota – Na última quinta-feira tivemos uma reunião com os representantes, e um segundo encontro na sexta-feira, para avaliar as medidas cabíveis. Uma delas foi, na verdade, uma orientação para não vender bebidas e comidas nos bailes clandestinos.
Alguns comerciantes disseram que a Guarda Municipal não esteve no local. O que, de fato, aconteceu?
Nós estivemos sim, inclusive, temos fotos das equipes na região. Eu sempre recomendo para as equipes tirarem fotos. Agora, quando você tem 10 mil pessoas, por uma questão de segurança do agente público envolvido, essa ação se concentrou nas extremidades.

De acordo com os moradores, outros blocos estão sendo organizados. O que fazer agora?
Nós temos eventos autorizados. Agora, no Carnaval nós temos 30 blocos autorizados. O Poder Público tem que dar condição, já que autorizou, de estar presente nesses eventos.
Temos também eventos não autorizados, como o que aconteceu. Neste caso, a aplicação da norma vai atingir aquele que está lucrando com isso. Aliás, eles já estão sendo penalizados. Só para recuperar as caixas de som, é preciso pagar uma multa de R$ 6 mil.
Em casos como esses, em que a prefeitura já tem ciência, é possível evitar que o baile aconteça?
As pessoas têm a possibilidade de se reunir, não podemos coibir isso. O que nós vamos fazer é atuar contra quem está cometendo irregularidade, quem está vendendo bebida sem autorização, quem está com caixa de som irregular e outros crimes. É nisso que vamos
focar.
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