Mais de 10 mil mulheres no ES decidem engravidar após 35 anos
Especialistas afirmam que elas estão optando por construir suas carreiras e viver novas experiências antes de terem filhos
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A decisão de ter filhos está mudando: mulheres brasileiras estão postergando a maternidade. A idade média em que as mulheres tinham seus filhos, que era de 25,3 anos em 2000, passou para 27,7 anos em 2020 e deverá chegar a 31,3 anos em 2070, segundo projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
E já há um crescimento considerável de gestações após os 35 anos. No ano passado, foram 10.380 mulheres que tiveram filhos depois dos 35 anos no Espírito Santo, segundo dados do DataSUS. Em 2022, esse número era 9.963 e, em 2021, 9.604.
Especialistas afirmam que há uma explicação para este fenômeno: as mulheres estão optando por construir suas carreiras e viver novas experiências antes de engravidar.
“As mulheres vêm buscando o desenvolvimento profissional, a estabilidade financeira, experiências pessoais e uma relação sólida. Hoje, para muitas mulheres, os filhos deixaram de ser prioridade”, destaca a ginecologista Isabela Rangel, capacitada em Reprodução Humana Assistida.
A dificuldade em encontrar o parceiro ideal também é uma razão muito comum para o adiamento do sonho de ter um filho, ressalta a doutora em Reprodução Humana Layza Merizio Borges.
Ainda assim, a medicina não é capaz de retardar o envelhecimento dos óvulos. Quanto mais tardia a decisão de ter filhos, menores podem ser as chances de uma gravidez natural, explicam os especialistas.
Segundo a médica Layza, é fundamental que a mulher esteja atenta à reserva ovariana e à qualidade dos óvulos. “Ambos tendem a reduzir de forma irreversível com o passar dos anos, estando indicado o congelamento de óvulos para possibilitar uma gravidez no futuro”, alerta.
O médico Jules White, diretor clínico da Jules White, explica que desde o nascimento da mulher, a quantidade e qualidade dos óvulos começam a cair, e há uma queda significativa após os 35 anos.
“Por isso, mulheres a partir dos 18 anos que têm planejamento de ter filhos no futuro, o ideal é que façam uma avaliação da reserva ovariana e também consultas anuais para verificar se há alguma patologia ginecológica que possa prejudicar seu futuro reprodutivo”.
Apesar de avanços na medicina reprodutiva, a ginecologista Isabela Rangel frisou que ainda hoje há dificuldade em manejar óvulos de mulheres com idade avançada (entenda-se acima de 35 anos), pois a qualidade desses óvulos é afetada diretamente com o passar da idade.
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