Maioria dos alunos do Estado vai precisar fazer aulas de reforço
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Com o retorno das aulas presenciais obrigatórias, a rede pública estadual passa a ofertar reforço presencial nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, para auxiliar os alunos com dificuldades na escola.
Apesar de o reforço ser dado como opção aos estudantes, a subsecretária de Educação Básica e Profissional da Secretaria de Estado da Educação (Sedu), Andréa Guzzo, acredita que a maioria dos alunos vai precisar fazer as aulas para recuperar o aprendizado.

Isso porque, segundo Andréa, há estudos mostrando que o aluno aprende apenas 30% do que aprenderia no ensino presencial.
Andréa destacou que o programa é aberto para todas as 430 escolas da rede estadual, que possui 240 mil alunos. Contudo as escolas devem pedir pela adesão. “Até o momento cerca de 300 escolas já fizeram a adesão”.
A decisão pelas aulas de reforço ocorreu depois de os resultados das Avaliações Diagnósticas, realizadas em 2020 e 2021, mostrarem que o rendimento, dos alunos da rede estadual, caiu em todas as disciplinas.
“Tivemos, em média, de 20% a 30% dos alunos no semipresencial, com o ensino híbrido. Praticamente de 70% a 80% dos alunos, em algumas escolas, estiveram apenas com o ensino remoto. Retomar as aulas presenciais é uma urgência. Para sabermos o nível de cada aluno e qual a intervenção que deve ser feita, precisamos estar com ele”, destaca.
De acordo com a subsecretária, o reforço pode ocorrer durante as aulas, com um professor regente das atividades complementares, ou no contraturno.
Quem aderir ao reforço terá duas horas de aulas semanais, em cada disciplina.
Andréa explica como o reforço vai acontecer durante as aulas. “Já existe uma legislação, de antes da pandemia, em que os professores têm de usar parte da carga horária para dar recuperação. A ideia é que nessa parte da carga horária, em que o professor retoma os conteúdos, tenha outro professor dando apoio aos alunos com mais dificuldades”.
Uma das possibilidades de melhor adesão ao reforço, segundo Guzzo, é o fato de serem disponibilizadas aulas no turno do aluno, sem a necessidade de retornar à escola em um turno diferente.
No Centro Estadual de Ensino Médio em Tempo Integral Fernando Duarte Rabelo, em Vitória, a professora Maria de Fatima Lyrio recebeu os alunos, que já estão frequentando as aulas presenciais.
Diretora da unidade, Mayara Lima afirmou que a escola fez a adesão ao reforço e alguns alunos já manifestaram interesse nas aulas.
“Estamos em processo de criação das turmas para iniciarmos no mês que vem com as aulas de reforço no contraturno ou em regime colaborativo em sala de aula”.
Prefeituras já adotam aulas extras em sala
Assim como na rede pública estadual, a rede municipal de ensino também tem se preparado para aplicar aulas de reforço aos alunos.
Os municípios de Vitória e Cariacica já planejam o começo das aulas de reforço para agosto.
Segundo a secretária de Educação de Vitória, Juliana Rohsner, todas as escolas da rede (52) vão ofertar o reforço. “No horário normal de aula, durante dois dias na semana, o professor voltará com os conteúdos e fará um trabalho com 100% da turma”.
“Vamos atender a grupos prioritários do 6º ao 9º, somente crianças que foram identificadas, por meio de avaliação diagnóstica, com uma defasagem muito grande e precisam retornar no contraturno para aulas de reforço de Português e Matemática”, detalhou.
Em Cariacica, de acordo com o secretário de Educação, José Roberto Martins, as aulas de reforço serão dadas remotamente e pela TV. Para os alunos que não têm acesso, os conteúdos serão oferecidos de forma impressa.
O reforço será iniciado na segunda quinzena de agosto. “Estamos pensando em 12 horas semanais, nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática”.
Já a Prefeitura de Vila Velha afirmou que desenvolveu o projeto Tutoria Pedagógica para os alunos do ensino fundamental, do 1º ao 9º ano. No contraturno, haverá acompanhamento pedagógico em Língua Portuguesa e Matemática.
Na Serra, segundo a prefeitura, ações pedagógicas para o contraturno estão em fase final de planejamento, além de um projeto para alfabetização de crianças nos anos iniciais do ensino fundamental.
Ação
Em assembleia nesta segunda-feira (26), a Associação de Pais de Alunos do Estado decidiu ingressar com uma ação civil pública contra a portaria conjunta das secretarias de Estado da Educação (Sedu) e da Saúde (Sesa) que determina a obrigatoriedade do ensino presencial nas unidades de ensino estadual.
A expectativa é protocolar a ação no Tribunal de Justiça ainda esta semana.
SAIBA MAIS
Rede estadual
As aulas de reforço nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática estão sendo oferecidas apenas de forma presencial.
De acordo com a subsecretária de Educação Básica e Profissional da Secretaria de Estado da Educação (Sedu), Andréa Guzzo, o programa é aberto para todas as 430 escolas da rede, que possui 240 mil alunos. Contudo as escolas devem pedir pela adesão. Até o momento cerca de 300 escolas já fizeram a adesão.
O reforço é para alunos que acertaram menos de 60% da avaliação diagnóstica e também tiveram desempenho abaixo de 60% no primeiro trimestre, porém não é obrigatório.
Até o momento já foram investidos, em média, R$ 4 milhões na contratação de professores.
Como vai funcionar
- O reforço pode ocorrer durante as aulas, com um professor regente das atividades complementares, ou no contraturno.
- São duas horas de aulas semanais para cada disciplinas. A escola poderá se organizar da forma que for melhor, a depender da disponibilidade do professor.
- Segundo a subsecretária, já existe uma legislação, de antes da pandemia, em que os professores têm de usar parte da carga horária para dar recuperação.
- No caso do reforço no mesmo turno em que o aluno estuda, a ideia é que nessa parte da carga horária, em que o professor retoma os conteúdos, tenha outro professor em sala de aula dando apoio aos alunos com mais dificuldades.
Rede municipal
Vitória
- Para o mês de agosto, todas as 52 escolas da rede vão ofertar o reforço para as disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática. No horário normal de aula, durante dois dias na semana, o professor estará voltando com os conteúdos e fazendo um trabalho com 100% da turma.
- No contraturno serão atendidos grupos prioritários do 6º ao 9º, que foram identificados, por meio de avaliação diagnóstica. Os alunos precisarão ir para a escola duas vezes na semana e haverá quatro aulas em cada dia. As crianças receberão almoço.
Cariacica
- As aulas de reforço de Língua Portuguesa e Matemática serão dadas remotamente e pela TV, a partir da segunda quinzena de agosto. Para os alunos que não têm acesso, os conteúdos de reforço serão oferecidos de forma impressa. A previsão é que sejam 12 horas de aulas semanais, distribuídas ao longo da semana.
Vila Velha
- Afirmou que desenvolveu o projeto Tutoria Pedagógica para os alunos do Ensino Fundamental, do 1º ao 9º ano. No contraturno, acontecerão acompanhamentos pedagógicos em Língua Portuguesa e Matemática. As escolas ofertarão 15 horas por semana de atividades complementares, distribuídas nas disciplinas e na plataforma de ensino municipal. Para alunos que não têm acesso, materiais serão ofertados.
Serra
- Informou que ações pedagógicas para o contraturno estão em fase final de planejamento, além de um projeto-piloto específico para a alfabetização de crianças inseridas nos anos iniciais do ensino fundamental.
- Disse ainda que no segundo semestre, o município participará da Avaliação da Fluência em Leitura, promovida em parceria com o governo do Estado, por meio do Pacto pela Aprendizagem no Espírito Santo.
Fontes: Sedu e prefeituras citadas.
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