Maioria das famílias não libera a volta de alunos nas escolas estaduais
Após sete meses de portões fechados, as aulas presenciais da rede pública estadual foram retomadas nesta terça-feira (13) em 314 unidades de ensino. Mas o retorno foi marcado pela decisão da maioria dos pais que não liberou os filhos para voltarem às salas de aula neste momento.
Antes da retomada, a Secretaria de Estado de Educação (Sedu) enviou aos pais de alunos um formulário para saber quem optaria pelo retorno dos filhos às escolas.
Segundo o secretário da pasta, Vitor de Angelo, cerca de 25% dos pais disseram que retornariam com os filhos para a sala de aula. Atualmente, o Estado possui 98.349 alunos matriculados no ensino médio.
A retomada acontece de forma gradual. Primeiro, foi a vez do ensino médio e da Educação para Jovens e Adultos (EJA). O ensino fundamental volta no dia 26.
Na escola Major Alfredo Pedro Rabayolli, em Vitória, segundo o diretor Reneri de Melo Gonçalves, 35% dos pais optaram por mandar seus filhos de volta à unidade.
Pela manhã, são 240 alunos no ensino médio, mas compareceram 40 estudantes no primeiro dia de aula. Mesmo assim, a expectativa é boa para a reta final do ano letivo.
“O contato com o ambiente escolar e com os professores influencia muito os alunos. Fizemos um esforço árduo para esse retorno, mas foi gratificante. Os alunos estavam ansiosos pela volta”.
De acordo com o diretor, essa semana os alunos vão passar por acolhimento. Eles irão participar de uma avaliação diagnóstica e revisões para entender o desempenho no período de ensino remoto.
Durante a manhã desta terça-feira, Vitor de Angelo acompanhou a retomada das aulas em visita a algumas unidades. Segundo ele, as medidas adotadas pelo governo foram necessárias para que todos estejam seguros.
A Sedu espera que nas próximas semanas o número de alunos aumente nas escolas.
Nesta quinta-feira (15), Dia do Professor, não haverá aula, mas o secretário lembrou que o feriado não será emendado com a sexta-feira.
O presidente da Associação de Pais e Alunos do Espírito Santo (Assopaes), Janilton José da Silva, disse que entre as razões para a maioria dos pais optarem por não enviar os filhos é que eles ainda não se sentem seguros.
“A pandemia não acabou. Faltando pouco tempo para terminar o ano, ainda com o revezamento, muitos acreditam que não vale a pena”.
ESCOLHA PELO RETORNO
Ansiedade
O estudante do último ano do ensino médio Alexandre Santos Costa, 17, se sentiu aliviado com o retorno das aulas presenciais. Ele contou que levou um tempo para se acostumar com o ensino remoto, mas que mesmo assim é muito diferente do presencial.
“Senti falta da escola. Aqui temos o professor na sala para ajudar na hora, tem os amigos”, contou Alexandre.
Ele também revelou que estava ansioso para a retomada do ensino presencial. “Ficar esse tempo em casa, sem a escola e sem os amigos para conversar foi complicado”, finalizou.
Melhor para aprender conteúdo
A estudante do 1º ano do ensino médio, da Escola Estadual Major Alfredo Pedro Rabayolli, Ester Pacheco Corrêa, disse que estava ansiosa para voltar a sentir o ambiente escolar de novo.
“Demorei para me adaptar ao ensino remoto, mas depois me acostumei um pouco”, contou Ester.
Mesmo assim, a estudante revelou que estar de volta à sala de aula é melhor para conseguir aprender. “Eu conseguia assistir às aulas em casa, mas dentro da sala de aula fica melhor para aprender o conteúdo que os professores passam”.
Foco em rendimento
O estudante do 2º ano do ensino médio Eduardo Bernardino disse que foi difícil o período de aulas remotas durante a pandemia. Segundo ele, o apoio presencial faz muita diferença.
“Eu senti falta do acompanhamento presencial dos professores. Em algumas atividades, eu tive dificuldade”, disse o estudante.
Agora, Eduardo afirmou que vai usar o retorno das aulas para focar em melhorar o rendimento.
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