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Cidades

Mães se emocionam ao ver rosto de filhos desaparecidos há 24 anos

Polícia usa tecnologia para recriar o rosto das pessoas e ajudar nas buscas


Aproximadamente 100 pessoas estão desaparecidas no Espírito Santo, entre elas homens,  mulheres, crianças e adolescentes. Os dados são da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp).  

Segundo aqueles que estão na busca  por notícias de seus parentes, além da dor, o desaparecimento de  um ente querido  traz também um misto de emoções que vai da angústia à esperança de encontrar a pessoa viva. E foi por pensar nesses sentimentos que a Polícia Civil aderiu ao uso  da inteligência artificial para  encontrar essas pessoas. 

O objetivo é  ampliar o número de encontrados e trazer um certo acalento para famílias que estão atrás de notícias de seus parentes há mais de 20 anos. 

O trabalho  foi  feito de forma voluntária por um investigador da Delegacia de Pessoas Desaparecidas (DPD), em parceria com um artista visual brasileiro, que recriou o rosto de três pessoas que estão desaparecidas há muito tempo. 

Conhecido no Brasil e até fora do País por desenvolver uma técnica que envelhece pessoas por meio do programa Photoshop, o paulistano Hidreley Dião, de 40 anos, é designer autodidata e aprendeu a usar a ferramenta  e outros aplicativos totalmente só.

Ele  participou de uma entrevista no último dia 30 de janeiro,  no estúdio do TribunaLab, do portal Tribuna Online, onde teve três progressões divulgadas. Nelas, recriou o rosto de capixabas que estão desaparecidos há mais de  20  anos. 

Em formato de podcast, gravado no estúdio TribunaLab, a entrevista contou com a presença das mães dos desaparecidos, sendo uma delas a dona de casa Maria Nilda,  mãe de Suelen de Ávila Pereira. A mulher, que  está desaparecida há mais de 20 anos, teve  o  rosto recriado pelo artista e o resultado emocionou até o  investigador Adriel Ludolfo Moreira, da DPD. 

“Ficou perfeito! Estamos divulgando essas imagens em nossas redes sociais para quem sabe assim alguém nos procure e nos passe mais detalhes do desaparecimento dela”, explicou.

Adriel falou ainda sobre a importância do uso da tecnologia na  busca de informações. “Nesse caso da Suelen, nós enfrentamos muitas dificuldades nas investigações porque ela desapareceu em um local público que não tinha câmera, naquela época não tinha. Isso é um agravante, a falta de tecnologia na época, que atrapalhou nosso trabalho”, disse. 

Leia mais: Famílias pedem ajuda para encontrar 100 desaparecidos no ES

Mães se emocionam ao ver rosto de filhos

Você já imaginou ficar longe de um filho por mais de 10 anos, sem ter qualquer notícia dele? Muitas mães vivem essa experiência dolorosa e que traz um enorme sentimento de angústia para a vida de qualquer pessoa. 

A reportagem de A Tribuna conversou com três mães que vivem essa realidade. Em entrevista realizada no  último dia 30 de janeiro, no estúdio do TribunaLab, do Tribuna Online, além de falar  um pouco sobre a  dor de ter um filho desaparecido, elas foram surpreendidas pelo trabalho do artista digital Hidreley Dião, que refez o rosto de seus filhos. 

Imagem ilustrativa da imagem Mães se emocionam ao ver rosto de filhos desaparecidos há 24 anos
Maria Nilda, mãe de Suelen; Jane, mãe de Márcio, e Valcy, mãe de André |  Foto: Divulgação

Uma delas foi a dona de casa Maria Nilda, mãe de Suelen de Ávila Pereira, desaparecida há mais de 23 anos, em Viana. Ela tinha 15 anos quando sumiu e era filha única. 

“Ela sumiu no dia 5 de dezembro de 1999, foi em um encontro da igreja e nunca mais foi vista. Faz 23 anos que ela sumiu e até hoje não sabemos de nada. Tenho esperança de um dia encontrá-la, viva ou morta”, disse, emocionada. 

A dona de casa se emocionou quando viu a progressão do rosto da filha. “Nem sei o que falar”, disse a mulher chorando. 

Outra pessoa que se emocionou ao ver o rosto do filho foi a monitora de crianças Jane de Jesus, mãe de Márcio Lucas de Jesus Lopes.

O menino tinha apenas 10 anos quando desapareceu e nunca mais foi visto. “Nossa, ele estaria ou está um homem, um rapaz”, disse a monitora, com um sorriso no rosto. 

Direto de Governador Valadares, a comerciante Valcy Souza da Paz, de 52 anos, também participou da entrevista. Por meio de uma conversa em vídeo, ela sorriu ao ver o rosto do filho, André Luiz. “Ficou dentro da expectativa que eu criei. Essa imagem me deixou feliz”, disse.

Imagem ilustrativa da imagem Mães se emocionam ao ver rosto de filhos desaparecidos há 24 anos
Márcio Lucas de Jesus Lopes. Desde 15 de novembro de 2013, Márcio, na época com 10 anos, não foi mais visto. Hoje, se vivo, tem 20 anos. |  Foto: Divulgação
Imagem ilustrativa da imagem Mães se emocionam ao ver rosto de filhos desaparecidos há 24 anos
Suelen de Ávila Pereira. Desapareceu em 5 de dezembro de 1999, aos 15 anos. Se estiver viva, está com 39 anos. |  Foto: Divulgação
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André Luiz Souza da Silva. Desapareceu no dia 23 de dezembro de 2001, aos 10 anos. Se estiver vivo, André tem hoje 32 anos. |  Foto: Divulgação

“Perdi meu irmão e partilho da dor dessas mães”, diz investigador

Atuando como  investigador da Delegacia de Pessoas Desaparecidas,  Adriel Ludolfo Moreira vem se dedicando ao máximo em ajudar  famílias a encontrarem seus entes queridos. 

Ele, que trabalha na delegacia há muitos anos e que desenvolve um trabalho voluntário fora dela, revelou  durante entrevista no estúdio do TribunaLab que teve um irmão desaparecido. “Ele saiu para pescar, infelizmente ele caiu no mar e ficou sete dias sumido. Mas Deus nos devolveu ele, a gente pode enterrá-lo. Perdi meu irmão e partilho da dor dessas mães”. 

Ao passar pela experiência, a dedicação de Adriel aumentou ainda mais. Além de uma página no Facebook que conta com mais de 10 mil seguidores, o investigador criou uma página no Instagram e usa as redes para publicar as ocorrências de desaparecidos, autorizadas pelas famílias.

Caso você tenha qualquer informação referente às pessoas desaparecidas citadas nesta reportagem entre em contato com os seguintes canais: e-mail [email protected];  telefone  3137-9065, Procura Espírito Santo  no Facebook e @procuraespiritosanto no Instagram.

Boletim deve ser registrado  em qualquer delegacia

Imagem ilustrativa da imagem Mães se emocionam ao ver rosto de filhos desaparecidos há 24 anos
nvestigador Adriel Ludolf, da Delegacia de Pessoas Desaparecidas. |  Foto: Acervo Pessoal

Não existe prazo para  registrar uma ocorrência de menor desaparecido. A informação,  que é desconhecida pela maioria das pessoas, foi confirmada pelo investigador Adriel Ludolf, da Delegacia de Pessoas Desaparecidas. 

Presente na lei 11.259 de 2005, a busca por crianças e adolescentes deve ser feita de forma obrigatória e o boletim de ocorrência deve ser feito de forma imediata. 

“Em qualquer delegacia, sendo adulto, você não tem protocolo, porque  a gente vai esbarrar no direito de ir e vir do cidadão, mas no caso de crianças e adolescentes, o boletim tem que ser registrado. São as  informações iniciais  que definem uma investigação”. 

Para ele, o prazo de 72 horas foi criado no passado. “Acreditava-se que a pessoa poderia aparecer nos momentos seguintes”, disse. 

Adriel explicou sobre o prazo de registro durante uma entrevista concedida no estúdio do TribunaLab, do Tribuna Online, no dia 30 de janeiro. Na ocasião, participaram três mães que estão com seus filhos desaparecidos.

Veja a entrevista completa:

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