Liberada nova vacina contra doença que causa pneumonia e meningite
Imunizante também protege conta meningite. Dose vai estar disponível na rede privada após definição de preço
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Considerada um avanço, foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a vacina pneumocócica 20–valente conjugada.
Chamada Prevenar 20, ela foi produzida pela farmacêutica Pfizer e protege contra casos graves da doença, que pode levar à pneumonia e meningite, por exemplo.
A vacina estará disponível para comercialização depois do processo de definição de preço, que é realizado junto à Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos). Após a submissão do pedido por parte da Pfizer, a Câmara terá 90 dias para definir o valor.
Flávia Bravo, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações, acredita que o novo imunizante estará disponível até o fim do primeiro trimestre de 2024.
Ela ressalta que, para quem está na faixa entre 5 e 59 anos e não apresenta comorbidade de risco, a incidência da gravidade da doença é baixa, o que não justifica uma recomendação de rotina.
Ana Paula Burian, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações Regional Espírito Santo e vice-presidente da Sociedade de Pediatria do Estado, considera uma ótima novidade. “As vacinas conjugadas, em que se inclui a Prevenar 20, fornecem proteção humoral e celular. É como se estimulasse a proteção de anticorpos e a defesa com células próprias para isso, de longa duração”.
Segundo ela, nas vacinas pneumocócicas conjugadas, a Pfizer é pioneira e há muitos anos teve a Prevenar 7 (que protegia de sete sorotipos de Pneumococo). “Depois, acrescentaram sorotipos, tornando a Prevenar 13 que temos hoje. E vem aí a Prevenar 20, que já chegou aos Estados Unidos”.
O infectologista Lauro Pinto explica que, normalmente, essas vacinas chegam primeiro no mercado privado. “É claro que ela tem potencial de ir para o mercado público, mas teria de ser avaliada pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias), depois pelo Ministério da Saúde”.
Dengue
Lauro, assim como a infectologista Ana Paula Burian, destaca que a vacina da dengue está no mercado privado e ontem recebeu recomendação pela Conitec de incorporação no serviço público.
Então, eles acreditam que não vai demorar muito para a vacina ser oferecida pelo SUS.
TIRE SUAS DÚVIDAS
O que é a doença pneumocócica?
é a Infecção causada pela bactéria Streptococcus pneumoniae (pneumococo), que pode causar várias doenças graves, como pneumonias, meningite e bacteremia (infecção generalizada do sangue), e mais brandas, como a otite.
Como é transmitida?
ocorre de pessoa para pessoa, por meio de secreções e gotículas de saliva liberadas ao tossir, espirrar ou falar.
Público-alvo da vacina
O imunizante é desenvolvido para doença pneumocócica grave. De acordo a diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Flávia Bravo, para quem está na faixa entre 5 e 59 anos e não apresenta comorbidade de risco, a incidência da gravidade da doença é baixa, o que não justifica uma recomendação de rotina.
Segundo ela, a imunização pneumocócica é considerada de rotina para todas as crianças de até 5 anos e adultos a partir de 60, mas a vacina é licenciada para aquelas situações em que há recomendação: uma pessoa que convive com o vírus HIV, transplantada, diabética, obesa, enfim, uma lista grande de comorbidades que aumentam, portanto, o risco para doença pneumocócica.
Já a 13-valente atende bem aos sorotipos atualmente em circulação no País e que levam a casos mais graves.
Para o idoso, como ela destacou, é interessante a 20-valente porque a dose vai eliminar a necessidade do esquema sequencial. “Neste caso, seguimos a recomendação da SBIm de uma dose da 13 e depois uma dose da 23 valente para complementar. Com a 20-valente, a dose será única, porque ela já inclui os sorotipos importantes nessa faixa etária”
CRIANÇA: INDICAÇÃO PARA VACINA
Tem contraindicação?
Não deve ser administrada em caso de reação alérgica grave a qualquer componente de Prevenar 20 ou ao toxoide diftérico.
Efeitos colaterais
Dor local – as vacinas pneumocócicas são um pouco mais dolorosas –, inchaço, vermelhidão e pode aparecer febre. No entanto, são sintomas que não deixam sequelas e podem ser resolvidos com antitérmico, se necessário, e compressa gelada no local da aplicação.
Fonte: Agência Folhapress e médicos citados.
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