Infidelidade é falha grave para 98%, diz pesquisa
Especialistas dizem que o resultado mostra como a sociedade ainda preserva os laços monogâmicos e as relações de confiança
Piadas sobre infidelidade existem aos montes nas rodas de conversas de amigos e em redes sociais. Mas quem passa pela situação de ser traído não vê nenhuma graça.
A infidelidade é falha grave ou considerada muito grave para 98% das pessoas. É o que apontou uma pesquisa da Empresa Júnior da UVV (EJUVV) em parceria com o jornal A Tribuna.
Quando questionados sobre como enxergam a infidelidade amorosa, 50,8% dos entrevistados consideraram um ato grave, e outros 47,7% avaliaram como muito grave. Apenas 1,5% entende ser uma atitude de média gravidade. Ninguém considerou não ser falha grave.
“Mesmo tendo ou não cometido infidelidade, as pessoas acreditam que é uma crise de grande seriedade, que, com certeza, vai abalar o relacionamento”, observou o coordenador da pesquisa e professor da Universidade Vila Velha (UVV) Fabrício Azevedo.
A psicóloga Flavia Romano explica que a traição desde cedo é considerada como um ato condenável e que mancha a reputação de uma pessoa para o resto da vida.
“Para muitos, a traição é falta de caráter, pois, segundo a concepção, sempre é possível jogar limpo antes da concretização da infidelidade, mas ela é mais complexa do que uma mera falha de caráter”.
A psicóloga Lana Francischetto afirma que o resultado da pesquisa é reflexo de como a sociedade entende as relações afetivas.
“São relações pautadas em laços monogâmicos de fidelidade, e essa ainda é a predominante em nosso meio social”.
A base de uma relação é a segurança, o amor construído, segundo explica o psicólogo e terapeuta de casais João Alexandre Borba.
“A infidelidade mexe em um pilar principal de um relacionamento, que é a segurança. Depois disso, a pessoa traída começa a ficar alerta. Mesmo que perdoe, a relação não volta a ser igual”.
A psicóloga Bárbara Snizek observa que a traição tem a ver com a insatisfação, não necessariamente a sexual. “A confiança é uma das bases de um relacionamento. Sua quebra compromete a estrutura da parceria. Busque saber com clareza, em seu íntimo, se deseja permanecer junto com o parceiro”.
Dados da Pesquisa
98,5% consideram a infidelidade amorosa grave ou muito grave.
83,5% dizem que a infidelidade amorosa é sempre motivo para terminar uma relação, sem exceções.
> Você já foi traído ou traída em um relacionamento sério?
55% - Sim, virtual e presencialmente.
24,2% - Sim, apenas virtualmente.
12,3% - Sim, apenas presencialmente.
8,5% - Não, nunca fui traído (a).
> Você já traiu alguém em um relacionamento sério?
56,5% - Sim, virtual e presencialmente.
24,6% - Sim, apenas presencialmente.
9,6% - Não, nunca traí.
9,2% - Sim, apenas virtualmente.
> A infidelidade amorosa está relacionada a....
74,6% - Insatisfações sexuais.
11,2% - Crises conjugais temporárias
8,5% - Infelicidade em um relacionamento
5,8% - Desgastes amorosos.
Infidelidade virtual
> Envolvimentos virtuais, sem contato físico, é infidelidade?
63,8% - Sim, porém, apenas envolvimentos virtuais que envolvem expectativas de um encontro presencial.
24,2% - Não, pois não envolvem contato físico.
11,9% - Sim, qualquer tipo de envolvimento virtual que envolve conversas amorosas e sexuais.
> É traição quando...
46,9% - Curtir e comentar fotos de uma pessoa com intenção sexual.
24,6% - Nenhuma opção
14,6% - Todas as opções
7,7% - Visitar as contas de redes sociais do(a) ex-namorado(a)
6,2% - Flertar em aplicativos de relacionamento e redes sociais.
Perdão
> Se você fosse vítima de traição, seria capaz de perdoar?
85,8% - Sim, independentemente do tipo de traição.
6,9% - Não, não perdoaria nenhum tipo de traição.
6,5% - Talvez, dependendo da situação motivadora.
0,8% - Sim, se fosse apenas virtual.
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