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Cidades

História do bairro Grande Vitória em documentário

“Outros Mangues e Pinguelas: Acervo de Memórias Sociais do Bairro Grande Vitória” é um webdocumentário dividido em 3 capítulos


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Imagem ilustrativa da imagem História do bairro Grande Vitória em documentário
Nataly Volcati na orla do bairro Grande Vitória: ela registra as tradições culturais e resistências da comunidade |  Foto: Fábio Nunes/AT

Para resgatar e preservar as memórias e histórias dos moradores do Bairro Grande Vitória, na zona oeste da capital, uma produtora, pesquisadora-artista e gestora de projetos culturais idealizou e deu vida ao projeto “Outros Mangues e Pinguelas: Acervo de Memórias Sociais do Bairro Grande Vitória”.

O projeto se concretizou como webdocumentário interativo, dividido em três capítulos, onde Nataly Volcati busca registrar as histórias de vida, tradições culturais e resistências da comunidade periférica que, por muito tempo, foi invisibilizada nos registros oficiais da cidade. O conteúdo pode ser acompanhado pelo site https://www.outrosmanguesepinguelas.org/

“Essa ideia nasceu entre 2020 e 2021, quando comecei a me envolver mais com gestão de projetos, cultura urbana e periférica. Em cursos e encontros com outros fazedores de cultura, questionaram-nos sobre sonhos para a nossa comunidade. Naquela época, escrevi que queria entrevistar os mais velhos do meu bairro e produzir um livro com as histórias, que todos tivessem acesso”.

Nataly conta ainda que a ideia ficou guardada, mas amadureceu.

“Em 2023, conheci Adriana Monteiro, articuladora social do bairro, que compartilhou sua angústia sobre a perda das histórias locais, e percebi que tínhamos o mesmo sonho. Decidimos realizar o projeto juntas. Paralelamente, surgiu o edital da Lei Paulo Gustavo. Escrevemos o projeto, enviamos e, a partir daí, expandimos a ideia inicial de um livro para um documentário em três episódios e um acervo digital com entrevistas, fotografias antigas, jornais, mapas e estudos aprofundados”.

O projeto foi feito com recursos da Lei Paulo Gustavo – aprovada em 2023 –, em parceria com o Ministério da Cultura e o governo federal, e da Secretaria de Estado da Cultura (Secult). O trabalho é fundamentado na escuta e no diálogo com os moradores, e resulta na criação de um acervo digital acessível ao público.

Foram ouvidos moradores antigos do bairro para entender todo o processo que foi passado desde a ocupação do mangue até a urbanização do bairro, processo que ocorreu entre os anos 80 e o fim da década de 90.

Nataly Volcati pesquisadora-artista

“A comunidade venceu”

A Tribuna – Como aconteceu a escolha dos entrevistados no bairro Grande Vitória?

Nataly Volcati – Inicialmente queríamos entrevistar lideranças femininas, mas uma delas faleceu durante o projeto. Foi então que Adriana Monteiro, que tem muita vivência no bairro, ocupou esse espaço. Optamos por pessoas que viveram ou participaram ativamente do processo de ocupação e desenvolvimento do bairro e que tivessem uma perspectiva crítica.

Durante os episódios foram ouvidos Adenira Agrícola Pereira (ex-liderança comunitária), Osmar Costa Novaes (liderança comunitária até 2024), Adriana Monteiro (articuladora social e CEO do Coletivo Amara), Daniel Alves Siqueira (diretor artístico e coreógrafo do “Arraiá dos Amigos”) e Bárbara Rocha Nascimento (diretora financeira do “Arraiá dos amigos”).

Como a ocupação e o surgimento do bairro são abordados no web documentário?

O bairro era, originalmente, um terreno que pertencia, teoricamente, a outra pessoa. Famílias migrantes ocuparam o local, que antes era um manguezal cheio de lixo usado como depósito por outras comunidades da região. Isso começou entre 1965 e 1970, causando conflitos com a polícia e o “dono”, que reivindicava o território, mas não tinha documentos comprobatórios.

A prefeitura cedeu o espaço à população, mas o processo foi conflituoso, com a polícia destruindo casas. A comunidade venceu e chamou o bairro de Grande Vitória. O aterro do território foi feito pelos próprios moradores, que usaram terra e lixo para isso. Eles construíram as primeiras escolas e unidades de saúde, desenvolvendo o bairro de forma independente.

Como está o bairro hoje?

É urbanizado. O principal dilema atual é o cuidado com a orla, que sofre com lixo descartado indevidamente, e a falta de infraestrutura.

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