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Cidades

Golpistas vendem cartões clonados e prometem crédito de até 10 mil

Criminosos entram em contato por mensagens pelo celular, oferecem os cartões e depois exigem pagamentos de taxas de até R$ 1 mil para que os valores


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Do nada, uma mensagem instantânea chega pelas redes sociais: “Vendo cartões de crédito clonados”. Os limites disponíveis para quem embarca na lábia dos criminosos variam de R$ 800 a R$ 10 mil.

Para ter o crédito liberado, os golpistas exigem pagamentos que dependem do valor que seria disponibilizado. Por exemplo: para quem deseja o saldo máximo, a quantia a ser investida é de R$ 1 mil.

Mas cuidado: o titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), delegado Brenno Andrade, alerta para que as pessoas não comprem esse tipo de cartão com a promessa de receber dinheiro.

“Às vezes, esses serviços são oferecidos nas redes sociais. Não compre porque não existe nenhuma garantia de que você vai receber. Não existe dinheiro fácil. Não existem propostas extremamente vantajosas. A pessoa pode estar ali participando de um golpe”.

Mas não é só isso. Além de ficar no prejuízo, a pessoa que cede a oferta de dinheiro fácil pode ainda responder criminalmente. 

“E óbvio, isso é crime, até porque o criminoso que está oferecendo isso está tirando o dinheiro de outro lugar, ou de outra pessoa, ou da própria instituição financeira. Quem adquirir esse tipo de cartão também está cometendo crime de estelionato, obtendo vantagem ilícita. Além disso, pode estar cometendo crime de falsidade ideológica, dependendo do caso”. 

Enquanto no estelionato comum a pena é de 1 a 5 anos de prisão, na fraude eletrônica ela vai de 4 a 8 anos. Já no crime de falsidade ideológica, a pena prevista é de até 5 anos de reclusão e multa, em documento público, e de até 3 anos, nos documentos particulares.

Essa modalidade de crime ocorre por causa de vazamento de dados cadastrais ou de programas espiões que invadem celulares ou computadores.

A pedido da reportagem, o  especialista em cibersegurança Mateus Gomes fez um levantamento em conteúdos na internet. Em uma consulta classificada por ele como simples,  usando  palavras-chaves em busca dessas organizações criminosas, ele encontrou diversos grupos oferecendo esses produtos. 

“Muitas pessoas procuram esse tema quando têm uma falta de perspectiva de mercado de trabalho e encontram o cibercrime como outra fonte de renda, sobretudo jovens que buscam ostentação”.

“Dinheiro fácil que não compensa”

Nas ruas não é difícil encontrar quem tenha recebido a oferta. É o caso de um motorista de 52 anos, que pediu para o seu nome não ser divulgado.

 Recentemente, ele recebeu uma mensagem pelo WhatsApp e ficou receoso. 

Ao ver a reportagem de A Tribuna, ele não pensou duas vezes e se aproximou mostrando o conteúdo. Buscando respostas, ele perguntou: “Será que isso é verdade?”.

A reportagem encaminhou o material para o delegado Brenno Andrade, titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC). Ele  orientou o motorista a não cair nas ciladas de golpistas.

“Não foi a primeira vez que eu recebi mensagens oferecendo crédito. Inicialmente parece ser uma proposta que salta aos olhos, pela promessa de dinheiro fácil. Mas quem aceita acaba sendo conivente com o crime. Claro que isso não compensa”, finalizou o motorista.

Saiba Mais

Como funciona o esquema criminoso

> Venda de cartões

Como qualquer mercado,  dados pessoais também são negociados na dark web (internet obscura). Os  valores variam conforme a categoria  e seguem a lei da oferta e da demanda.  

Informações pessoais, por exemplo, são negociadas por menos de US$ 1 (cerca de R$ 5,30 na atual cotação).

> Mensagens

De posse desses dados, criminosos usam um esquema on-line de venda de cartões de crédito clonados e enviam mensagens instantâneas aos seus alvos. Eles oferecem informações de cartões de crédito clonados para serem utilizados em compras on-line.

No textinho, eles escrevem que vendem cartões de crédito clonados e com certificados falsos. 

Os golpistas explicam que a venda ocorre de duas formas: a numeração do cartão para compras on-line ou eles garantem que conectam o cartão de crédito em uma conta digital e fazem o envio via Pix para a conta de quem está negociando.

> Taxa

Só que para receber o prometido crédito, de até R$ 10 mil, eles exigem que a pessoa pague uma taxa. O valor cobrança vai depender da quantia a ser recebida, mas  é sempre menor do que o saldo disponível nos cartões.

> Consultas de limite

Num dos anúncios, os criminosos prometem até acesso ao aplicativo do banco para fazer consulta de limite.

Em outros, não há garantia de aprovação da compra - o comprador tem 10 minutos para fazer a troca de um cartão recusado se a compra on-line for bloqueada. Se não der certo na segunda tentativa, não pode fazer outra troca para não levantar suspeitas.

> Vazamento de dados

Uma das portas para a aplicação desse crime é o vazamento de dados. Em janeiro do ano passado, por exemplo, o Brasil foi surpreendido com a notícia de um vazamento de dados pessoais de proporções jamais vistos no País, prato cheio para os golpistas, que passaram a vender as informações, causando prejuízos e muita dor de cabeça às vítimas.

Em fevereiro deste ano, uma reportagem especial publicada em A Tribuna mostrava que dados pessoais de mais de 1,79 milhão de capixabas estavam nas mãos de bandidos.

Esses dados, à época, se juntavam  a 97.459.881 de brasileiros que faziam parte de uma lista que estava sendo compartilhada no submundo da internet.

> Empréstimos

Os registros adquiridos de forma ilícita na dark web também são  usados  para outras finalidades por criminosos, como   para solicitar empréstimos bancários   até nos Estados Unidos.

> Crimes

Atenção: Quem clona o cartão de crédito, se condenado, pode pegar  uma pena de um a quatro anos. 

Já quem pega esse cartão e faz as compras on-line comete uma modalidade de estelionato que é recente, chamada fraude eletrônica, com uma previsão de pena de quatro a oito anos, se condenado.

Fonte: Polícia Civil e pesquisa A Tribuna.

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