Fagner: “Não imaginava todo esse sucesso, mas sou atrevido”
Em entrevista ao Jornal A Tribuna, cantor relata que começou a cantar com apenas 6 anos e não parou mais
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“Eu era só um garoto, mas sempre fui atrevido. Eu dava entrevistas dizendo que eu ia ser, que eu ia aprontar e terminou acontecendo”.
A afirmação é do cantor cearense Fagner, durante coletiva de imprensa, para anunciar seu show que acontece neste sábado (20), às 21h30, no Espaço Patrick Ribeiro, no novo aeroporto de Vitória.
Há 50 anos, Fagner lançou seu primeiro álbum, “Manera Fru Fru, Manera”, quando tinha apenas 23, já com grandes convidados como Nara Leão e faixas que marcam sua carreira até hoje, como “Canteiros” e “Mucuripe”. Mas, antes disso, muita história já tinha acontecido em sua carreira.
Principalmente, nos bares de Fortaleza, onde se encontrava com um grupo conhecido como “Pessoal de Fortaleza”, turma formada por Fagner, Belchior, Rodger Rogério, Ednardo e Ricardo Bezerra.
Como relembrou na coletiva, Fagner começou a cantar ainda com 6 anos e não parou mais e, mesmo assim, não conseguia vislumbrar um sucesso tão consolidado como o que tem atualmente.
Em comemoração a toda essa história, o cearense revelou ao jornal A Tribuna que, neste ano, acontece a gravação do DVD de “Manera Fru Fru, Manera”, com produção de, ninguém menos, que o cantor maranhense Zeca Baleiro e outros grandes convidados, que ainda não foram divulgados.
“É um ano bem forte, porque também estou terminando meu segundo disco com o Renato Teixeira, trazendo artistas novos”, disse o cantor nordestino.
Faz oito anos que Fagner veio ao Espírito Santo fazer um show, mas ele garante que não tem como esquecer do Estado e um dos motivos é uma história de romance que marcou a sua visita.
“Na última vez, estava presente um casal, com os filhos, que se conheceu através das nossas músicas e estava separado há uns 10 anos, se eu não me engano, e estavam se reencontrando na presença dos filhos nesse show. Essa foi uma cena muito bonita”, relembrou.
Além de seus maiores hits, Fagner também não vai deixar para trás seus trabalhos feitos no último ano: “Meu Parceiro Belchior”, cheio de parcerias consagradas entre os dois conterrâneos; “Naturezas”, que gravou com Renato Teixeira, e traz sucessos como “Tocando em Frente” e “Rastros de Paixão”, com a participação de Almir Sater.
“A gente vem botar para quebrar”
A última vez que Fagner veio ao Espírito Santo foi em 2014 e ele garante que não vai decepcionar o público neste sábado (20). “Nos 45 do segundo tempo, a gente não vem dar passeio aqui não, a gente vem botar para quebrar”, afirmou.
A TRIBUNA – Podemos esperar alguma novidade neste ano?
Fagner – Neste ano, estou comemorando 50 anos de carreira e, por isso, a gente tem um projeto com a Universal: estou começando o meu disco de inéditas e o projeto de gravar o DVD do “Manera Fru Fru”, do qual o Zeca Baleiro já produziu uns anos atrás. É um ano bem forte, porque eu também estou terminando o segundo disco com o Renato Teixeira, trazendo artistas novos. Então, é assim, 50 anos bem ativos, compondo.
No auge da sua juventude, enquanto tocava com o Pessoal do Ceará nos bares de Fortaleza, você imaginava que chegaria a um sucesso tão consolidado quanto o que tem hoje?
Imaginar que chegaria até aqui, não dava para imaginar, porque eu era só um garoto, mas eu sempre fui muito atrevido. Eu dava umas entrevistas esquisitas dizendo que eu ia ser, que eu ia aprontar, e terminou acontecendo.
Um dos seus últimos lançamentos foi o “Meu Parceiro Belchior”, no dia do seu aniversário. Como foi cantar suas parcerias consagradas com ele?
Quem me conhece e conhece o Belchior sabe que a gente nunca se deu bem. Nós fomos grandes parceiros, não fizemos tantas músicas como deveríamos. Ele foi responsável pela minha ida ao Rio de Janeiro. Eu jamais teria ido sozinho para lá e largado a faculdade, se a minha família não confiasse nele.
Mas nós nunca tivemos um relacionamento e eu nunca entendi, porque o Belchior para mim foi um dos maiores poetas e compositores desse País, de longe. No final, nós brigamos e tudo, mas essa ficha só caiu quando eu estava gravando o disco.
Além das músicas e seu sotaque marcante, o que mais você vai levar ao show?
Eu sempre carrego esse público incrível, que faz ali uma química. Eu brigo com os técnicos, que querem colocar muito som e eu quero exatamente o contrário. Porque, para fazer essa química com o público, é necessário que você vire um maestro e saiba a hora de a gente aparecer e também de o público cantar, porque eles fazem a festa.
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