Estado tem 15 casos confirmados e 5 mortes por meningite
A meningite é uma doença imunoprevenível, ou seja, pode ser evitada pela vacinação
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No primeiro mês deste ano, foram contabilizados 15 casos confirmados e 5 óbitos pela meningite, entre viral, bacteriana e fúngica. Um número que chama atenção das autoridades de saúde, já que em 2021, de janeiro a dezembro, foram confirmados em todo o Espírito Santo 79 casos e 18 mortes. Os dados foram divulgados pela Secretaria da Saúde (Sesa).
A meningite é uma doença imunoprevenível, ou seja, pode ser evitada pela vacinação. “Por isso, é importante estarmos com a vacinação em dia, especialmente a de crianças e adolescentes, cuja vacinação contra a meningite está presente no Calendário Vacinal”, ressaltou o subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin.
Devido a gravidade que a doença pode desenvolver, todas as formas de meningite precisam de atenção especial. Entre elas a Meningite Meningocócica C, que só em janeiro deste ano registrou seis casos e dois óbitos.
Mesmo sendo de muita importância a vacinação contra a Meningite Meningocócica C, em 2021 o Espírito Santo não alcançou a meta preconizada pelo Ministério da Saúde de 95% das crianças e adolescentes vacinados.
Para crianças menores de um ano, a cobertura da Meningococo C está em 72,57%. Já para crianças com um ano, a cobertura é de 69,96%. Para adolescentes, a cobertura da Meningococo CWY é de 38,56% para a faixa etária de 11 anos de idade e, 25,43%, para de 12 anos.
Apesar da faixa etária em maior risco de adoecimento ser crianças menores de um ano de idade, os adolescentes e adultos jovens são os principais responsáveis pela manutenção da circulação da doença na comunidade.
Por conta disso, deve se lembra que a principal forma de controlar a Meningite Meningocócica C é manter elevadas coberturas vacinais tanto na população infantil quanto em adolescentes.
Nota de alerta aos municípios
Em virtude do cenário atual, o Centro de Informações Estratégicas e Respostas em Vigilância em Saúde (CIEVS) da Sesa encaminhou, nessa segunda-feira (07), às secretarias municipais de saúde uma nota de alerta à situação epidemiológica da doença.
“Alertamos os profissionais de saúde capixaba tanto em relação ao cenário quanto ao manejo adequado de casos suspeitos pela meningite”, frisou o coordenador do Centro de Informações Estratégicas e Respostas em Vigilância em Saúde, Gilton Almada.
O alerta, segundo Almada, ocorre devido à investigação de casos de Meningite Meningocócica C no município de São Roque do Canaã, no norte do Estado. Ainda de acordo com o coordenador, a investigação teve início na última sexta-feira (04).
“Estivemos durante o final de semana anterior na cidade e voltamos esta semana para dar continuidade à investigação, além de realizar ações de bloqueio para evitar a propagação de mais casos na região. Esta é uma doença que é passada pelo contato direto de secreções, por isso a importância de identificar aqueles que tiveram contato direto com os casos positivos para dar início à quimioprofilaxia, o tratamento preventivo”, explicou Almada.
Outra ação importante que vai acontecer ao longo da semana no município de São Roque do Canaã será, mediante o apoio do Programa Estadual de Imunizações e Vigilância das Doenças Imunopreveníveis, a intensificação da rotina de vacinação.
“Realizaremos uma capacitação para os profissionais de saúde do município sobre a ampliação temporária da vacinação e a aplicação da vacina meningocócica C e ACWY para dar início, ainda nesta quinta-feira (10), à vacinação contra a doença meningocócica C da população de 3 meses a 29 anos”, informou a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações e Vigilância das Doenças Imunopreveníveis (PEI), Danielle Grillo.
Ela acrescentou que a ação de intensificação ocorre em caráter especial e contou com a autorização do Ministério da Saúde. A vacina será aplicada na população de 3 meses a 29 anos que não tenha recebido quaisquer doses ou esteja com esquema incompleto.
Para os demais municípios, a vacinação contra a doença meningocócica segue o Calendário Nacional, com doses disponíveis às crianças menores de um ano, crianças de um ano e adolescentes de 11 e 12 anos.
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