Espírito Santo já teve 88 casos de afogamento este ano
Bombeiros alertam que desconhecer os perigos do local onde será feito o mergulho é um dos principais riscos para banhistas

Com a chegada da primavera e a aproximação do verão, quando as praias capixabas recebem mais visitantes, aumenta a preocupação de bombeiros e agentes guarda-vidas em relação à segurança de banhistas. Só neste ano, o Espírito Santo já contabiliza 88 mortes ocasionadas por afogamento.
“O desconhecimento do risco faz com que as pessoas se exponham muito mais. Elas têm a ideia de que ambientes aquáticos, como praias, são sinônimo de relaxamento, e muitas vezes abusam do consumo de bebida alcoólica com família e amigos. Mas a regra é similar para a direção: Se beber, não dirija, e também não entre na água”, explica a major Gabriela Andrade, subcomandante do 5º Batalhão de Bombeiros Militares.
A maior parte dos afogados é homem, jovem e abaixo dos 24 anos. A incidência de afogamento entre banhistas do sexo masculino é 6,7 vezes maior do que em mulheres.
“Isso está muito a ligado a fatores de risco, como consumo de bebida alcoólica, superestima da capacidade física e minimização do risco”, pontua a major.
Em praias, a principal causa de afogamentos são as correntes de retorno, que são o encontro de fortes correntes marítimas em direção ao mar aberto.
“A reação imediata é nadar em linha reta, tentando volta à areia, mas isso não deve ser feito em hipótese alguma. O banhista irá se cansar e entrar em pânico, e é nessa hora que o afogamento começa. Nessa situação, a saída é nadar pelas laterais, na direção das ondas”.
Resgate
Caso presencie um amigo ou familiar se afogando, a indicação é buscar um guarda-vidas. Tentar resgatar a pessoa pode piorar a situação, destaca a militar.
“Quando a pessoa está se afogando, ela passa a não reconhecer mais quem está em sua frente. Quem ou o que aparecer, ele irá se agarrar para tentar respirar através de um suporte. É nessa hora que mais de uma pessoa pode acabar se afogando”.
Enquanto a ajuda não chega, o banhista pode “entrar na água, se souber nadar, e, mantendo 2 metros de distância, oferecer objetos flutuantes, como uma prancha, e até uma caixa térmica, para oferecer um ponto de apoio”.
ÚLTIMOS CASOS
Tio e sobrinho
Na Praia da Gamboa, em Itapemirim, tio e sobrinho, de 47 e 27 anos, morreram afogados.
O jovem tropeçou e caiu no mar, e o homem mais velho tentou salvá-lo, mas também acabou se afogando. Os dois eram de Minas Gerais, e haviam se mudado recentemente.

Onze arrastados
Forte correnteza na Praia dos Adventistas, em Guarapari, arrastou 11 pessoas, que precisaram ser resgatadas pelo Corpo de Bombeiros.
Um guarda-vidas que acompanhou o caso identificou que as vítimas ficaram presas em uma corrente de retorno.

Chinês resgatado
Um turista da China precisou ser socorrido de helicóptero após escorregar em uma pedra na Praia da Bacutia, em Guarapari.
O homem sofreu trauma, escoriações pelo corpo e precisou de entubação para tratamento do afogamento, além de medicações para estabilização.

FIQUE ATENTO
Busque orientação
Guarda-Vidas podem oferecer orientação e informações a respeito do local mais seguro para entrar na água, qual a profundidade do local e, no caso de praias, onde estão localizadas as correntes de retorno.
Supervisão necessária
Para evitar situações de emergência, frequente locais com supervisão de guarda-vidas e do Corpo de Bombeiros, que pode ser acionado discando 193.
Atenção à sinalização
Bandeiras sistematizadas são utilizadas nas praias do Espírito Santo para orientar banhistas.
Bandeira verde indica local seguro para banho.
Bandeira amarela aponta risco médio, para atenção de nadadores experientes.
Bandeira vermelha alerta risco alto, área contraindicada.
Duas bandeiras vermelhas indicam local interditado para banho.
Bandeira preta aponta local não protegido por guarda-vidas.
Placas nas praias e lagoas também indicam o grau de perigo e quais os riscos do local.
De frente para o mar
Virar as costas para o mar é motivo comum de afogamento, pois o banhista é atingido por ondas e fica desorientado. Mantenha-se sempre de frente para o mar e, se ver uma onda, mergulhe de frente. Quanto mais fundo, menos impacto será sentido.
Balance os braços
Caso se afaste da faixa de areia e tenha dificuldades em voltar, levante os braços e acene, sem gritar. O sinal visual é mais fácil de ser perceber a distância, e muitas vezes o guarda-vidas não conseguirá te ouvir de longe.
Corpos de água doce
Ao nadar em lagoas, cuidado com a falsa sensação de segurança. Não há ondas ou correntes, mas galhos, redes de pesca e outros objetos que podem enroscar nas pernas e gerar afogamento.
Enxurradas
Em cachoeiras, chuvas podem gerar fortes volumes de água, que arrastam e afogam banhistas, principalmente durante o verão.
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