Especialistas explicam risco de fazer dieta radical
Preocupação é com a baixa ingestão de nutrientes importantes. Influenciadora digital russa, 39 anos, morreu por falta de alimentos
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A influenciadora digital russa, famosa nas redes sociais por viver sob dieta à base de frutas exóticas, brotos de sementes de girassol e sucos, morreu aos 39 anos após sofrer de inanição (falta de alimento) causada pela alimentação radical.
Zhanna Samsonova, conhecida também como Zhanna D’Art, ensinava receitas baseadas em alimentos naturais crus. A mãe dela afirmou à imprensa internacional que a filha vivia em uma “dieta completamente crua” nos últimos quatro anos e não contava com nenhum tipo de acompanhamento profissional.
De acordo com especialistas, uma dieta muito restritiva pode diminuir a imunidade, deixar o corpo vulnerável a doenças como infecções, provocar carências de nutrientes e até levar à morte.
“Tanto a falta quanto o excesso podem levar a doenças graves e até a morte. A dieta restritiva diminui a ingestão de nutrientes e minerais importantes para o funcionamento correto do corpo, causando dores, fraquezas e doenças como anemia e osteoporose”, destaca a nutricionista Ana Paula Braun.
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A nutróloga Mariana Comerio explica que os nutrientes são combustíveis para a célula produzir anticorpos. Em uma dieta restritiva, o corpo para de direcionar a energia para produções mais importantes, o que causa uma baixa na imunidade.
“As células de imunidade, por exemplo, passam a ser secundárias. Com isso, a imunidade abaixa e as infecções oportunistas, que não levariam à morte, podem levar porque o corpo não tem a capacidade de combater essas doenças”.
A nutróloga da Unimed Vitória Sandra Fernandes diz ainda que esse comportamento altamente restritivo, como o da influenciadora, pode ser considerado um transtorno alimentar e é preocupante.
“Esse tipo de comportamento hoje tem diagnóstico de Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo (Tare). Se não for tratado a tempo, pode levar à morte”, ressaltou.
“Diferente da anorexia nervosa, esse transtorno não está ligado a ser magro, mas sim a uma restrição radical a algum tipo de alimento. Com as redes sociais, o número de transtornos alimentares, até mesmo em crianças, tem aumentado”, completou.
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