Especialistas ensinam a evitar choque elétrico
Eletrodomésticos mais potentes, como airfryer e secador de cabelos, devem ser ligados na tomada sem extensão, para evitar descargas
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Enquanto usava o secador de cabelos e a chapinha conectados na mesma extensão elétrica, a vendedora Luana Valéria Ferreira, de 24 anos, que estava com os cabelos molhados, sofreu uma descarga elétrica e morreu eletrocutada. O caso aconteceu em Alagoas, no início do mês.
A repercussão do caso ganhou destaque nacional e levantou um questionamento: quando o uso desses aparelhos pode colocar a vida em risco? Especialistas ouvidos pela reportagem de A Tribuna falaram sobre os riscos de queimaduras por eletricidade.
“De maneira geral, esses eletrodomésticos mais potentes que, às vezes, a tomada tem um pino mais grosso, como secador de cabelo, chapinha, aspirador de pó, micro-ondas e air fryer, não devem ser ligados em extensões. Eles devem ser ligados somente em tomadas específicas, sem uso de adaptador”, destaca o professor doutor em Engenharia Elétrica, do Instituto Federal do Espírito Santos, Pablo Rodrigues Muniz.
Outra recomendação dada pelo professor é observar a integridade da “carcaça” e do cabo de alimentação do equipamento.
“Às vezes usa-se o secador de cabelo no banheiro, em cima do lavatório, e entra água no equipamento. Água e equipamento elétrico não combinam”, alertou.
A capitã Andresa Silva, porta-voz do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo, explicou que equipamentos ligados em uma mesma tomada aumentam o risco de sobrecarga e de aquecimento, levando também a maior risco de choque elétrico e incêndio.
“Há um risco muito grande também quando há tempestades. Existem casos de pessoas que morrem por usar o telefone que está na carga. Isso porque, quando a descarga atinge a rede elétrica, ela é transmitida para dentro de casa. Quem está com o equipamento na mão pode tomar um choque maior se ele estiver conectado à tomada”.
A capitã explica ainda que a água diminui a resistência do corpo à corrente elétrica. “Quando a pessoa toma um choque com o cabelo molhado ou tomando banho, a intensidade do choque é maior”.
No caso de presenciar uma vítima de choque elétrico, a capitã dá algumas recomendações: “Todo mundo transmite corrente elétrica, por isso, o recomendado é desligar a chave geral de energia e usar um material isolante para tocar a pessoa, como uma madeira. Depois é que deve-se ajudar.
Saiba mais
Risco
De acordo com a Sociedade Brasileira de Queimaduras, os eletrodomésticos, principalmente aqueles que ficam em área molhada, são os que mais oferecem riscos.
Como socorrer
O primeiro cuidado ao ver uma pessoa em choque elétrico é não tocar nela sob o risco de ser atingido também. É importante desligar a fonte de energia, imediatamente, para parar a transmissão elétrica.
Deve-se ligar para o Samu, relatar o estado de saúde da vítima e mantê-la deitada de costas ou na posição mais confortável, segundo informa o Manual de Primeiros Socorros da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Se a vítima não estiver respirando, realize massagem cardíaca e respiração boca a boca até que os seus sentidos retornem ou até o atendimento especializado chegar ao local.
No caso de choque elétrico seguido de queimadura, deve-se deitar a pessoa no chão, preparar um pano limpo, cobrir a área queimada e chamar o serviço de emergência.
Cuidados
Não utilizar o equipamento estando ele ou o usuário molhado;
Não ligar vários aparelhos em extensões ou adaptadores;
Verificar a integridade da carcaça e do cabo de alimentação do equipamento;
Ter a instalação elétrica em condições conformes:
As tomadas da parede da casa devem ter o cabo de proteção (terra) funcional e ser de três pinos;
A ferramenta elétrica pode ter tomada de 3 pinos (com terra), ou de 2 pinos (sem terra). Neste último caso, por norma, a ferramenta sai de fábrica com isolamento duplo. Não alterar as condições originais do equipamento.
A instalação elétrica da casa deve ter o dispositivo de proteção diferencial-residual (vulgo DR) no quadro de distribuição (caixa de disjuntores). Esse dispositivo é sensível a pequenas fugas de corrente elétrica, típicas de choque elétrico, que poderiam não sensibilizar os disjuntores normais.
Fonte: Sociedade Brasileira de Queimaduras e especialistas consultados.
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