Especialista: acidentes com bikes elétricas têm maior gravidade do que com a comum
Segundo o especialista, acidentes com bikes elétricas têm maior gravidade do que com bicicletas comuns por causa da velocidade
A combinação de alta velocidade, falta de capacete e condutores muito jovens acende um alerta grave no trânsito capixaba. Segundo o neurocirurgião e cirurgião de coluna Guilherme Badke, a tendência é que acidentes com bicicletas elétricas resultem em traumas mais graves — muitos com sequelas irreversíveis.
Em uma postagem nas redes sociais, o médico mostrou a preocupação ao andar nas ruas e presenciar adolescentes circulando com as bicicletas sem capacete, além de pais transportando crianças sem qualquer tipo de equipamento de proteção.
Para ele, não é possível ignorar o que está acontecendo nas cidades com relação à circulação desse modal. “Para equipes que atuam nos serviços de urgência e emergência, a preocupação é uma realidade, já que os casos têm chegado com frequência”.
Badke reforçou, ainda, que têm sido observados tanto casos de traumatismo cranioencefálico, como também traumatismos raquimedulares (na coluna). São casos graves, segundo ele, e que podem gerar sequelas irreversíveis ou ainda levar à morte.
“O meu alerta é para vários fatores que podem culminar nesses acidentes graves. A primeira coisa é a necessidade de equipamento de segurança, em especial o capacete. Além disso, o comportamento do condutor é muito importante”, apontou.
Ele frisou que a prudência é necessária tanto para o adulto, mesmo que já seja acostumado a circular no trânsito, quanto para os adolescentes.
“Aos pais, é preciso se certificar de que realmente aquela criança ou adolescente tem conhecimento suficiente para pilotar o veículo de maneira responsável e segura. Ele conhece o trajeto? Tem ideia de como funciona o trânsito, quais os pontos de perigo e onde ele deve parar? Tudo isso precisa ser avaliado”.
O médico ressaltou que, por mais que as bicicletas elétricas possam ser usadas por menores, dependendo da energia cinética no momento do acidente, nem mesmo um equipamento de segurança pode ser suficiente para evitar uma lesão grave.
“A tendência é termos acidentes com mais gravidade que em uma bicicleta comum – por causa da velocidade –, e mais sequelas. Um trauma, por exemplo, na cabeça pode provocar desde um desmaio até levar ao coma”.
No caso de lesões na coluna, ele também citou que podem resultar em sequelas irreversíveis, como a perda dos movimentos. “Toda lesão neurológica é de recuperação lenta e difícil”.
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