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Cidades

ES tem menor número de nascimentos em sete anos

Ao todo, foram 52.191 bebês que nasceram em 2022, contra 58.090 nascimentos em 2015


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Menos bebês estão nascendo no Espírito Santo. Dados do Portal da Transparência de Registro Civil mostram que o número de nascimentos no Estado é o menor desde 2015. 

Foram 52.191 registros emitidos em 2022. Em 2015 foram 58.080; e em 2021,   53.344 . Pela média diária, foram 143 registros  até a última sexta-feira.

Fabiana Aurich, tabeliã do Cartório de Registro Civil e Notas de Campo Grande, em Cariacica, disse que desde 2018 vem ocorrendo queda nos registros.  

Apesar de não saber ao certo o motivo, Fabiana destaca que  as pessoas estão mais criteriosas ao  decidir ter filhos.  “Principalmente nas classes mais esclarecidas, isso ocorre tanto pelo custo de vida quanto  pelos riscos da vida moderna”.

Um dos fatores que  influenciam na queda de nascimentos, segundo especialistas, é o  foco que a mulher tem dado à carreira profissional. Além disso, a pandemia também fez com que muitos casais adiassem o sonho de ter filhos.

“Muita gente quis postergar a maternidade porque ficou com medo da pandemia. Agora estamos voltando à normalidade. Além disso, as mulheres estão preferindo ter menos filhos, isso já é observado há algumas décadas, e há ainda casais que preferem não ter filhos”, pontua o ginecologista e obstetra Lucas Donateli.

 Se antes as mulheres optavam por ter filhos muito novas, hoje essa idade vem subindo, e a média é de 25 anos para mulheres atendidas pelo Sistema Único de Saúde, e acima dos 30 para aquelas que usam a rede médica particular.

“Ter filhos mais tarde também pode influenciar na decisão de ter menos filhos, porque a cada ano que passa, a gestação se torna de maior risco para as mulheres e muitas acabam desistindo da maternidade”, afirma o médico.

A ginecologista Thaissa Tinoco lembra  que o principal fator que impacta na fertilidade da mulher é a idade. “Quanto maior a espera para engravidar, menor é a reserva ovariana, menos óvulos ela tem e de menor qualidade, isso também impacta nas gestações”.

A médica ressalta ainda  o impacto das doenças crônicas na fertilidade. 

“A endometriose, a síndrome dos ovários policísticos e a baixa reserva ovariana têm influência na fertilidade. O estilo de vida, inclusive alimentar, tem trazido uma quantidade maior de doenças”.

Alto Risco

Imagem ilustrativa da imagem ES tem menor número de nascimentos em sete anos
O casal Vanessa Gonçalves Celestino e Alex Celestino |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

O casal Vanessa Gonçalves Celestino, 30 anos, e  Alex Celestino, 49, tiveram há dois meses a pequena Luísa. Vanessa já tem um filho de 7 anos, de outro relacionamento, e Alex também tem um filho de 15 anos.

Mas o casal decidiu ter juntos apenas Luísa. “Já falávamos sobre isso antes mesmo de engravidar. E ao engravidar tive de abrir mão de muitas coisas, como o trabalho, além de ter tido uma gravidez de alto risco”, conta Vanessa.

“Com apenas meu marido trabalhando, o custo com educação e saúde aumentaria  muito se tivéssemos mais filhos”, afirmou.

SAIBA MAIS

- Nascimentos por ano - Brasil

  • 2022 2.535.867 
  • 2021 2.669.654
  • 2020   2.671.150 
  • 2019 2.832.267  
  • 2018   2.835.794
  • 2017 2.643.066 
  • 2016   2.544.377
  • 2015   2.457.902

- Nascimentos por ano - Espírito Santo

  • 2022 52.191
  • 2021 53.344
  • 2020 54.210
  • 2019   56.178
  • 2018   57.689
  • 2017 56.562
  • 2016   54.578
  • 2015 58.080

> Cidades com mais nascimentos

Em 2022, as cidades da Grande Vitória lideraram com  maior número de registros de nascimento: Serra,   7.455; Vila Velha, 5.796; Vitória, 5.007 e Cariacica, 4.833.

> Cidades com menos nascimentos

Cidades: Bom Jesus do Norte, 54;  Divino de São Lourenço, 57; Apiacá 73, e Laranja da Terra, 74.

> Motivos

Segundo especialistas entrevistados pela reportagem, são diversos fatores que contribuem para a redução de nascimentos, entre eles  maior foco da mulher na carreira, alto custo de vida, além da pandemia da covid-19, que também fez com que muitos casais adiassem o sonho de ter filhos.

Doenças crônicas, como endometriose e síndrome dos ovários policísticos, também estão afetando a fertilidade feminina.

Fonte: Portal da Transparência de Registro Civil e especialistas consultados.

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