ES está abaixo da meta de cobertura vacinal contra o HPV
Espírito Santo é o quarto estado brasileiro que mais vacinou meninas contra o HPV. Entre os meninos, o estado ocupa a terceira colocação
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O Espírito Santo está entre os estados do Brasil que mais vacinou crianças e adolescentes contra o papilomavírus humano (HPV), porém está abaixo da meta estipulada pelo Ministério da Saúde, que é de 80% do público alvo imunizado com as duas doses.
Segundo os dados do Boletim Epidemiológico, do Ministério da Saúde, a cobertura vacinal com as duas doses entre meninas capixabas de 9 a 14 anos protegidas é de 66,7%, a quarta maior no País. Entre os meninos, a taxa é menor (52%), mas coloca as cidades capixabas na terceira colocação das unidades federativas que mais imunizaram contra o HPV.
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Os dados de vacinação têm preocupado o Ministério da Saúde, já que a média nacional está bem abaixo da meta estipulada pela pasta mesmo com a imunização disponível nos postos de saúde de todo o Brasil.
No País, 75,91% das meninas receberam a primeira dose e apenas 57,44% voltaram ao posto de saúde para completar a imunização. Assim, no Brasil 4 em cada 10 meninas de 9 a 14 anos estão desprotegidas contra o HPV.
A situação entre os meninos é ainda mais preocupante. 52,26% receberam a primeira dose da vacina e apenas 36,59 tomaram também a segunda dose, completando o ciclo vacinal.
O Paraná é o estado com maior cobertura vacinal completa com 78,56% das meninas com as duas doses recebidas e 38,81% dos meninos protegidos.
Entre as meninas Santa Catarina é a segunda colocada com 71,38% de cobertura vacinal e Minas Gerais é o terceiro estado na frente do Espírito Santo com 69,24% do público alvo vacinado.
Já entre os meninos, Santa Catarina aparece em segundo lugar no ranking com 53,54% das crianças e adolescentes vacinados com as duas doses contra o HPV.
O Acre é o estado com a pior cobertura vacinal com 1 em cada 10 meninos totalmente protegido e 2 em cada 10 meninas com as duas doses recebidas.
Intensificar vacinação
O Ministério da Saúde conclui que é preciso intensificar as estratégias para a vacinação dos escolares e as campanhas de esclarecimentos sobre os benefícios da imunização contra o HPV para homens e mulheres.
"Priorizar o monitoramento das notícias falsas sobre vacinas nas redes sociais com contrainformação positiva com linguagem clara e acessível e aprimorar os currículos dos cursos da saúde com conteúdo sobre imunização", informa a pasta.
Outra estratégia sugerida pelo ministério oferecer funcionamento das salas de vacinação em horários alternativos para a população.
HPV
HPV é o nome dado a um grupo de mais de 200 tipos de vírus capazes de infectar tanto a pele quanto a mucosa oral, genital e anal de mulheres e homens.
A depender da persistência da infecção e, principalmente, da capacidade oncogênica do vírus HPV, podem se desenvolver lesões que precisam ser tratadas para que não evoluam para câncer ao longo dos anos, sobretudo no colo do útero, mas também na vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca.
A transmissão do HPV geralmente acontece por meio de relações sexuais.
Além da vacinação, o uso do preservativo interno ou externo durante as relações sexuais é fundamental para a prevenção do HPV e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST).
O preservativo reduz as chances de transmissão, mas vale ressaltar que a camisinha não garante cem por cento de proteção contra o HPV, pois não cobre todas as áreas do corpo que podem ser contaminadas.
O vírus pode estar presente na vulva, região pubiana, perineal, perianal ou na bolsa escrotal. A camisinha de uso interno é a mais eficaz para evitar o HPV, por cobrir também a vulva, mas é fundamental que seja usada desde o início da relação sexual.
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