Encontro de gerações de professores no ES
Professores que há 20 anos eram alunos hoje estão ao lado de seus mestres nas escolas inspirando outros estudantes
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A educação transforma e une! Pode até parecer uma frase “batida”, mas, em diversas escolas, é possível perceber gerações de professores, tanto mais jovens, quanto mais experientes, que trabalham juntas para levar aos alunos uma educação de excelência.
Há professores que há 20 anos eram alunos e hoje, ao lado dos seus mestres, trabalham na educação impactando e inspirando outros estudantes. Hoje, Dia dos Professores, a reportagem de A Tribuna ouviu a história de professores de diferentes gerações que se encontram em sala de aula.
Um desses casos é de duas professoras da rede municipal de Vila Velha com quase quatro décadas de diferença de idade. Terezinha Maria Gobbi Zen, de 65 anos, e Hérika de Castilho, de 27 anos, atuam na Unidade Municipal de Ensino Fundamental (UMEF) Paulo Mares Guia.
Há 40 anos, Terezinha dá aula de Língua Portuguesa e a escolha pela profissão veio ainda na infância. “Meu pai morava no interior de Guarapari e havia uma escola. As professoras que iam dar aula ficavam hospedadas na casa de meu pai e começaram a me ensinar. Eu comecei a brincar comas minhas bonecas, que eram minhas “alunas”, conta.
Com tantos anos em sala de aula, a mudança que mais chama a atenção de Terezinha é a tecnologia. “Ela veio para facilitar e ajuda na educação. Porém, quando usada com responsabilidade”.
Para tornar as aulas de Português ainda mais atraentes, a professora conta que leva os alunos para o laboratório de informática para criarem histórias em quadrinho. “Hoje, temos de nos reinventar. Os alunos têm muitos atrativos, por isso ensino por meio de músicas e jogos. Chamo a atenção para fazer uma integração entre a vontade deles com a disciplina”.
E trabalhando ao lado de Hérika, professora de Educação Especial, Terezinha afirma que aprende ainda mais. “Aprendo a como trabalhar com as tecnologias”.
Também foi na infância, inspirada pela mãe professora, que Hérika decidiu seguir a profissão, que exerce há quase quatro anos.
“Hoje me sinto honrada por estar ao lado de professores como a Terezinha. E logo que cheguei na escola vi que o diretor também foi meu professor quando fiz um curso técnico. Na educação há essa possibilidade de trabalhar com diferentes gerações. Aprendo muito”.
DE MESTRE A COLEGAS DE TRABALHO
Diálogo e oportunidades
Entre os anos de 1992 e 1995, quando estudou da 5ª a 8 série, a professora Viviani Cosme, de 40 anos, teve aulas com o professor de Língua Portuguesa Bernardo Gaichert Pirola, 60.
O que ele não imaginava é que hoje Viviani seria a coordenadora da Educação de Jovens e Adultos da Secretaria Municipal de Educação de Vitória, mesma rede onde ele ensina. Bernardo atua na Emef Eunice Pereira Silveira, em Tabuazeiro.
“Há 34 anos sou professor e me realizo fazendo isso. Observo que sempre dei voz aos meus alunos, transformando-os em sujeitos ativos, dando voz e vez. Coma nova geração de professores aprendo que ninguém sobrevive sozinho”, afirma Bernardo.
Já Viviani tem na memória todo o aprendizado vivido ao lado do professor. “Ele era um professor que dialogava com nossos anseios de adolescentes. As aulas eram animadas sem perder a profundidade do currículo. Acredito na educação como um direito e um caminho para emancipação”.
Sonho de se tornar jornalista
Foi o sonho de se tornar jornalista, como correspondente internacional, que levou Marcos Carvalho, 54, a ser professor de Inglês. “Como a língua inglesa era a que mais eu desejava aprender e dominar, isso fez com que eu me tornasse professor”, conta.
Há 28 anos como professor, ele conta que tem sido enriquecedor conviver com diversas gerações, tanto de alunos quanto de professores, como é o caso da professora de Português, Gabriela Denadai, 23. “Isso faz com que a gente também aprenda e ensine. É um processo de troca mútua”, afirma Marcos.
Quando Gabriela nasceu, ele estava há cinco anos atuando em sala de aula. Juntos, ele lecionam na Escola Estadual Galdino Antônio Vieira, em Vila Velha. “Como é o meu primeiro ano dando aula, sendo regente, os professores me ajudam muito, com dicas. Posso pedir muitos conselhos para eles, que eles estão sempre abertos para me ajudar”, destaca a professora.
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